Mercado interno desacelerado freia recuperação da indústria
Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada nesta quarta-feira (1/11) aponta crescimento no setor industrial, mas indica que avanço tímido é fruto de uma base de comparação depreciada e do mercado interno desacelerado. Na comparação de setembro com agosto deste ano, a alta da produção foi de 0,2%, depois de recuar 0,7% no mês anterior.
Publicado 01/11/2017 17:20

A atividade cresce moderadamente na comparação com setembro do ano passado (2,6%) e no acumulado do ano (1,6%). Em 12 meses, o resultado também aponta estabilidade, com uma alta de 0,4% – um cenário bem diferente da recuperação tão alardeada pelo governo.
“O resultado mês após mês neste ano mostra que a recuperação ainda é lenta e gradual", explicou o gerente da Coordenação da Indústria do IBGE, André Macedo.
Em setembro, duas das quatro categorias econômicas e oito dos 24 ramos pesquisados tiveram resultado positivo. Dezesseis registraram queda.
Entre os destaques, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis teve alta de 6,7% e produtos alimentícios, de 4,1%. O IBGE cita ainda indústrias extrativas e veículos automotores, reboques e carrocerias, ambos com 1%.
Ao avaliar a redução dos juros, o estudo mostra que ela não impactou da forma esperada para a retomada do investimento na produção. Outro fator que contribui negativamente para a retomada do crescimento, problematiza Macedo, é a taxa de desemprego que hoje atinge 13 milhões. E fica pior quando percebemos o aumento alarmante do trabalho informal no Brasil.
"A indústria é um setor que ainda não tem fôlego para trajetória de recuperação consolidada. A questão é que o mercado doméstico ainda não está consolidado e aquecido, até pelo perfil de contratações informais", completou Macedo.