Carlos Felipe cobra mais recursos para a Santa Casa

 As dificuldades enfrentadas pela Santa Casa de Misericórdia, em Fortaleza, com a falta de insumos básicos, é o retrato, segundo disse ontem o deputado Carlos Felipe (PCdoB), na tribuna da Assembleia Legislativa, da situação dessas instituições no País, que acumulam dívida de R$ 22 bilhões e, diante disso, muitas têm fechado as portas.

Carlos Felipe cobra mais recursos para a Santa Casa

Ontem, nacionalmente, a partir do telejornal Bom Dia Brasil, da TV Globo, inclusive com destaque para o débito da Santa Casa de Fortaleza, foi questionada a falta de recursos federais para o socorro desses hospitais filantrópicos, responsáveis pela maior parte do atendimento da população pobre do País. A principal queixa, no entanto, é a uma defasagem da tabela de custo do Sistema Único de Saúde.

Presidente da Comissão de Saúde da Assembleia e médico por formação, Carlos Felipe lembrou que a legislação brasileira obriga o poder público nas esferas federal, estadual e municipal a gastar valores mínimos com a Saúde. O problema, aponta, é que o dinheiro repassado pela União não tem sido suficiente para bancar as despesas com Saúde nos Estados.

“Por que o Brasil todo está em crise? Estamos há quase 20 anos sem reajuste na tabela da Saúde do SUS (Sistema Único de Saúde). Conversando com o diretor da Santa Casa de Misericórdia, (ele disse que) o recurso que o Governo Federal passa só cobre 60% do custo. Quanto mais a Santa Casa opera, mais deve”.

Congelamento

Carlos Felipe também chamou a atenção para o congelamento dos gastos públicos nos próximos 20 anos, promovido pelo Governo Federal. Segundo ele, a “crise” na Saúde “piorou sensivelmente com esse governo”.

Embora reconheça que existem problemas de gestão da Saúde nos estados, o deputado avaliou ser impossível gerenciar bem a área com a “merreca que o Governo Federal passa hoje”. Ele reconheceu que o governo cearense vem investindo em Saúde, nos últimos anos, acima do piso de gastos estabelecido pela legislação, mas pediu que a gestão se esforce mais para aumentar a verba destinada à área no Orçamento de 2018, que está em tramitação na Assembleia.