Ato na Alesp comemorou o Dia de Solidariedade ao Povo Palestino

A Secretaria de Política e Relações Internacionais do PCdoB participou, na segunda (27), de cerimônia presidida pela deputada estadual Leci Brandão (PCdoB) no Plenário Teotônio Vilela, da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), em homenagem ao Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, comemorado em 29 de novembro. Confira, abaixo, a matéria produzida pelo portal Resistência.

palestinalesp

Em conjunto com o mandato da Deputada Leci Brandão, participaram da organização da solenidade a Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), a Sociedade Árabe Palestino Brasileira de São Paulo, o Instituto Jerusalém do Brasil e o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz).

Compuseram a mesa do ato, além da deputada estadual Leci Brandão, o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben; o deputado federal Orlando Silva (PCdoB); Emir Mourad, secretário-geral da Confederação Palestina da América Latina e do Caribe – Coplac, representando as entidades árabes e Wevergton Brito Lima, secretário-geral do Cebrapaz.

O ato contou com a presença da comunidade palestina, síria, libanesa e iraniana, incluindo autoridades religiosas e discursos de apoio à causa palestina além de intervenções artísticas e culturais.

A deputada Leci Brandão declarou que a questão palestina tem relação direta com a defesa dos direitos humanos e afirmou que a cerimônia ficará marcada para sempre em sua memória afetiva.
José Reinaldo Carvalho, membro do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e responsável pela área de Relações Internacionais, discursou em nome do PCdoB e reafirmou: “A solidariedade do PCdoB à causa palestina não é de ocasião, é uma solidariedade permanente, total e incondicional. Solidariedade que foi reafirmada em resolução especial no Encontro nacional da Secretaria de Política e Relações Internacionais e no 14º Congresso realizado há dez dias.” O Secretário-Geral do Cebrapaz, Wevergton Brito Lima, denunciou o papel nefasto da aliança do sinonismo com o imperialismo estadunidense e afirmou que “para o Cebrapaz não se poderá falar em paz no Oriente Médio, em paz mundial, ou mesmo em avanço na luta por justiça social no mundo, enquanto o povo palestino não puder hastear a bandeira de seu estado livre e soberano na terra de seus ancestrais.”

O deputado federal Orlando Silva, que é presidente do PCdoB-SP, relembrou o início de sua militância e os primeiros contatos com a causa palestina. Orlando mencionou, entre outros fatos, um encontro com o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, quando o dirigente palestino agradeceu o reconhecimento em 2010, por parte do Brasil (presidido então por Lula), do Estado Palestino, declarando que, neste dia, a Palestina se cobriu de verde e amarelo.

Emir Mourad, veterano combatente da causa palestina, recordou de 1984, quando ele e outros militantes procuraram o então deputado estadual do PCdoB, Benedito Cintra, propondo a criação uma Lei Estadual para oficializar o Dia de Solidariedade ao Povo Palestino, proposta imediatamente aceita pelo parlamentar comunista que conseguiu aprovar, neste mesmo ano, a Lei nº 4.439, que incluiu a efeméride no calendário oficial do Estado.

O embaixador palestino, Ibrahim Alzeben, agradeceu as palavras de solidariedade de todos os oradores, exaltou a acolhida fraterna que o Brasil oferece aos refugiados palestinos e fez uma rica análise política da atual situação da luta palestina. Alzeben, ele mesmo um refugiado, disse que toda família palestina tem um mártir, um preso ou alguém que foi expulso de sua terra ou de sua casa pelos sionistas.

O embaixador lembrou de uma visita de José Reinaldo e Walter Pomar à Palestina, em 2009, representando o Foro de São Paulo e da forma grosseira como as autoridades sionistas trataram os dois líderes políticos, dizendo, no entanto, que a repercussão deste fato “contribuiu em muito para criar um clima político favorável ao reconhecimento por parte do Brasil, do Estado da Palestina”, o que acabou de fato acontecendo, como recordou Orlando Silva, um ano depois.
Alzeben denunciou que Israel descumpre mais de 400 resoluções da ONU referentes ao território palestino e reafirmou a disposição da Autoridade Nacional Palestina de seguir no caminho da “paz possível” com Israel, instando que, “assim como os dirigentes nazistas tiveram que assumir suas responsabilidades diante do holocausto, os governos do Reino Unido, dos EUA e de Israel assumam suas responsabilidades diante dos crimes cometidos contra o povo palestino”. O diplomata repudiou “energicamente” o uso do terrorismo em nome da causa palestina: “nós, que somos vítimas do terrorismo de Estado, não podemos apoiar o terrorismo”.

Um momento de emoção aconteceu quando o embaixador convidou os membros da mesa a entregarem passaportes do Estado Palestino a refugiados que, desta forma, caso queiram, podem agora retornar para sua pátria mãe.

Jamil Mourad, dirigente do PCdoB, foi um dos chamados a fazer a entrega dos passaportes. Jamil foi citado constantemente pelos oradores como uma referência fundamental para a solidariedade ao povo palestino. O presidente do PCdoB municipal, Wander Geraldo e os dirigentes da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Rogério Nunes e Gilda Almeida, também estiverem presentes.