Com cortes de Temer, USP e Unicamp terão déficit de R$ 560 mi em 2018
A educação tem sido uma das áreas mais afetadas pelos desmontes do governo Michel Temer. O descaso com as universidades públicas por meio do corte de investimentos fará com que as maiores universidades do país tenham enormes deficits em 2018. Juntas, a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade de Campinas (Unicamp) preveem deficit de R$ 560 mi em 2018, segundo informações do Estadão Conteúdo.
Publicado 14/12/2017 16:18
De acordo com matéria publicada, a USP e Unicamp preveem, juntas, um deficit de R$ 559,9 milhões nos orçamentos para 2018. Isso porque as receitas estimadas pelas instituições não são suficientes para cobrir todos os gastos em 2018. A Universidade Estadual Paulista (Unesp) pediu nesta quarta-feira (13) mais verba ao governo para manter suas atividades. O pedido de crédito suplementar foi de R$ 164 milhões para conseguir pagar o 13º salário de cerca de 12,7 mil funcionários ainda neste ano.
Com o Projeto de Lei Orçamentária Anual para 2018, houve uma redução de quase 40% em relação ao orçamento deste ano. Seu valor, de R$ 2,8 bilhões, é 44% menor do que o previsto antes dos cortes anunciados pelo governo federal no início de 2017 e representa menos da metade do orçamento de 2005 e menos de um terço do orçamento de 2010 em valores corrigidos pela inflação. Segundo estimativa Conhecimento sem Cortes, R$ 12 bilhões deixaram de ser investidos em universidades e em pesquisa desde o ano de 2015.
A USP estima deficit de R$ 287,6 milhões em 2018. Nos últimos anos, a universidade já tem usado a reserva bancária para continuidade das atividades. Mesmo assim, a verba não tem sido suficiente para a maior universidade do país, e a reitoria vem restringindo recursos para obras e contratações.
No caso da Unicamp, para equilibrar as finanças, a instituição tem adotado medidas que prejudicam o funcionamento do prédio. Tem realizado cortes nos contratos de serviços – limpeza, entre eles – e reajuste do bandejão para alunos – de R$ 2 para R$ 3 – para manter os investimentos em áreas essenciais ao conhecimento.
Na Unesp, 2.126 professores ativos e 2.049 aposentados estão na expectativa sobre o recebimento do 13º salário neste ano. Entre os técnicos, há 4.049 ativos e 4.479 aposentados com essa última parcela da remuneração ameaçada.
“Sobre o 13º, a Unesp disse que só estavam previstas 12 parcelas no orçamento, feito em 2016, e, por isso, tem pedido verba extra ao estado desde julho e reforçou a solicitação nesta terça-feira. Para 2018, o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da Unesp ainda recomendou contratar 400 professores temporários. O orçamento, porém, só prevê recursos para 360 docentes, por insuficiência de verbas”, diz a reportagem.