Afonsinho: Francis Vale

“Seus gestos foram a marca da grandeza do Ceará, o estado onde foi criado, paraense que era de nascimento. O que melhor identifica sua vida é a citação de sua afilhada, nas despedidas por tantos amigos de reconhecida expressão: ‘Os guerreiros não morrem, são plantados’. Vão germinar”.

Por *Afonsinho

Francis Vale

Pede também o esporte com o falecimento do extraordinário guerreiro cultural Francis Vale, produtor, escritor, compositor, cineasta, visionário. Sempre abriu espaço para o esporte no Festival de Cinema Digital que criou e dirigiu em suas seis edições realizadas em Jericoacoara (Ceará). Pioneiro com sua participação no lançamento do grupo conhecido como Pessoal do Ceará e na integração do esporte na cultura e na responsabilidade social, fundamentais na política, especialmente em momentos de resistência, que voltam a ser necessários.

Mais que tudo, dignificou como poucos a humanidade por suas qualidades, como a imensa alegria de viver sempre presente no seu semblante, alegria reconhecida pelo apego das crianças à sua volta. Como cineasta, registrou a trajetória de Dom Fragoso, bispo de Crateús, com atuação fundamental na resistência à ditadura militar. Com imenso sacrifício, fez questão de registrar a história do nosso time, o Trem da Alegria, sendo o mais assíduo acompanhante deste espaço, assinante fiel desta Carta Capital. Inesquecível.

Seus gestos foram a marca da grandeza do Ceará, o estado onde foi criado, paraense que era de nascimento. O que melhor identifica sua vida é a citação de sua afilhada, nas despedidas por tantos amigos de reconhecida expressão: “Os guerreiros não morrem, são plantados”. Vão germinar.


*Afonsinho é colunista da Carta Capital.

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