Polícia investiga racismo contra estudantes e professor da Unicarioca
A Polícia Civil do Rio de Janeiro abriu inquérito para investigar ofensas racistas, homofóbicas e ameaças contra seis estudantes e um professor do Centro Universitário Unicarioca, no Rio de Janeiro. As vítimas registraram ocorrência nesta segunda-feira (8) na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, na zona oeste, acompanhados de uma advogada especializada, contratada pela universidade. A instituição também busca o autor ou autores das mensagens.
Publicado 10/01/2018 13:21
Sete pessoas foram citadas de maneira ofensiva pelo blog riodenojeira.com, no último fim de semana. Tiveram fotos divulgadas em um texto caracterizando a Unicarioca como “uma senzala gigantesca”. Nele, o autor chama alguns de macacos, faz ataques a mulheres e ameaça de morte um dos estudantes negros, provocando indignação.
Nas imagens reproduzidas na internet, o agressor se diz “incomodado com o tipo de gente” que tem frequentado a instituição. Ele diz que o centro universitário não recebe mais a “elite branca”, mas “negros e mestiços que entraram por cota, Prouni e Fies”, esses dois últimos, programas do governo federal para estudantes sem condições de pagar mensalidades.
O reitor da instituição, Maximiliano Damas, disse que o centro universitário repudia os ataque e toma todas as medidas legais para impedir que os casos se repitam. “Prezamos nossa qualidade, as nossas diferenças, a nossa característica de acolhimento e tolerância. O que ocorreu é diametralmente oposto ao que a Unicarioca acredita e pratica”, frisou.
Foram ofendidos e ameaçados seis alunos de cursos variados e um professor, que trabalha na instituição há 26 anos e atualmente coordena um curso de pós-graduação. “Estamos indignados”, completou. “Esse é um momento triste, mas temos apoiado alunos e professor para que saibam da importância deles para a sociedade e para nós”.
Alunos ofendidos pelas mensagens postaram vídeos em redes sociais cobrando que o autor dos ataques criminosos seja punido. “Eu tenho 25 anos e nunca tinha sofrido racismo de forma direta”, declarou o estudante Luiz Fernando Ferreira. “Mas além de me ameaçar de morte, [o autor] me chamou de homossexual, como se isso fosse ofensa, ainda foi homofóbico”, completou.
O caso está sendo acompanhado também pela Secretaria Estadual de Direitos Humanos. A pasta encaminhou a denúncia ao Ministério Público.
O blogriodenojeira.com publicou as postagens no sábado (6). No momento, está fora do ar e não respondeu à reportagem.