Decreto de Temer determina intervenção no Rio até o final do ano

A resposta de Temer ao caos na segurança pública no Rio de Janeiro chegou a galope, tanque de guerra e todo aparato disponível pelas Forças Armadas. Nesta sexta-feira (16), numa cerimônia rápida, com a presença do governador do estado, Luiz Fernando Pezão, ministros e do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Temer concretizou a intervenção federal na segurança pública do estado.

Por Christiane Peres

Decreto intervenção - Beto Barata/Presidência da República

O decreto assinado pelo presidente prevê que as Forças Armadas assumam a responsabilidade do comando das polícias Civil e Militar do Rio até o dia 31 de dezembro de 2018, mas a medida ainda precisa passar pelo crivo de deputados e senadores – o que está marcado para acontecer até o final da próxima semana.

Em seu discurso, Temer comparou o crime organizado que atua no Rio de Janeiro a uma “metástase” e que, por isso, o governo federal tomou a decisão de intervir no estado. “O crime organizado quase tomou conta do estado do Rio de Janeiro. É uma metástase que se espalha pelo país e ameaça a tranquilidade do nosso povo”, disse.

Segundo ele, o momento pedia uma medida “extrema” e ressaltou que o governo dará respostas “firmes” para derrotar o crime organizado.

Desde o início desta manhã, a cúpula do Exército está reunida em Brasília discutindo detalhes da intervenção. O comandante militar do Leste, general Walter Souza Braga Netto, será o responsável pelo comando das ações no estado.

Na noite de quinta-feira (15), Temer recebeu Pezão no Palácio do Jaburu, além de ministros das áreas de política e de segurança e os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE). Na reunião, que durou quase cinco horas, foi discutida a intervenção na segurança pública do Rio de Janeiro e a criação do Ministério da Segurança Pública.

Sozinho não dá

Durante a cerimônia, o governador do Rio afirmou que tem urgência em resolver a questão da violência e que as polícias Militar e Civil do estado não estão conseguindo deter a guerra entre facções criminosas. “Precisamos de uma força maior para momentos extremos e estamos vivenciando esse momento. Precisamos muito dessa intervenção”, disse Pezão.

Segundo ele, o Rio de Janeiro não tem condições, sozinho, de “deter” a violência que atinge o estado e precisa contar com o auxílio do governo federal para enfrentar as facções criminosas que atuam no estado.

“Se não contarmos com toda essa integração, com toda essa força, é impossível se combater a entrada de armas, munição e drogas”, disse.

A decisão aconteceu após o acirramento das ações violentas durante o Carnaval. A festa foi marcada por arrastões, assaltos, saques e até o assassinato de três policiais militares.

“Não dimensionamos isso, mas eu acho que é sempre um aprimoramento, a gente tem sempre que aprimorar”, alegou Pezão.