FHC diz que "não é saudável que antigo presidente queira voltar"

Apontado como o responsável pela compra de votos no Congresso a favor da emenda constitucional da reeleição, em 1997, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) defendeu, nesta terça-feira (27), que ex-presidentes não participem de novas eleições.

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Esse discurso foi só para arrumar um jeito de criticar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pleiteia uma vaga de candidato nas eleições de 2018.

O esquema de compra de votos teve como comandante o homem forte de FHC, Sérgio Motta, então ministro das Comunicações. Os deputados Ronivon Santiago e João Maia, do PFL (hoje DEM), aliado histórico dos tucanos, que na época compunham a base governista, confessaram ter recebido dinheiro para votar na emenda.

Eles teriam recebido R$ 200 mil para votar a favor da proposta do governo tucano sobre reeleição.

Agora, mais de 20 anos depois do escândalo, FHC disse em um evento em São Paulo que "não é saudável que um antigo presidente queira voltar a ser presidente".

Ele disse que nunca buscou voltar ao poder e que um presidente tem o direito de buscar reeleição e "não mais" mandatos depois disso. FHC deixou o governo como um dos presidentes mais rejeitados da história. Agora, disputa a vaga com Michel Temer.

Mas a conversa não ficou por ai. Ao falar de Lula, FHC disse que o ex-presidente ainda mantém influência sobre o seu partido, diferente dele, que não influência nas decisões partidárias do PSDB.

FHC aproveitou para alfinetar Ciro Gomes, pré-candidato do PDT à Presidência da República. Disse que o ex-ministro cresceu sendo iconoclasta e que ele é muito "instável" do ponto de vista político. Para FHC, Ciro faz um jogo de ir contra qualquer pessoa que "manda" nos partidos em que fez parte.

Conhecendo o estilo de Ciro, FHC pode se preparar, pois o ex-ministro é afiado em bater em personalidades como o tucano.