Mudanças no Fies estão na contramão da educação democrática, diz UNE

Para a União Nacional dos Estudantes (UNE) as mudanças do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) ocorrem sem o mínimo de diálogo ou discussão com os profissionais em educação, estudantes e universidades e restringem o acesso dos estudantes com maior vulnerabilidade social.

Fies - UNE

Reunidos na última sexta-feira (23), em São Paulo, os 21 diretores executivos da União Nacional dos Estudantes (UNE) aprovaram moção contrária às novas regras do Fies. O texto afirma que as mudanças impostas pelo governo federal estão na contramão do projeto de universidade democrática defendido pela entidade.

”As novas mudanças ocorrem sem o mínimo de diálogo ou discussão com os profissionais em educação, estudantes e universidades. O programa que só em 2014 atendeu mais de 700 mil estudantes será reduzido a menos de 100 mil beneficiados”, afirma o documento.

O período de inscrições para o novo Fies teve início em 19 de fevereiro e se encerraria no dia 28 de fevereiro, mas foi prorrogado para esta sexta-feira (02). Mesmo assim, são ofertadas apenas 310 mil vagas.

Uma das principais alterações no programa é em relação ao tempo de carência que foi extremamente reduzido. Se antes os estudantes tinham um período de um ano e meio após a conclusão dos estudos para começarem a quitar as parcelas, hoje os pagamentos se iniciam ao término do curso.

Outra mudança diz respeito às faixas salariais admitidas para liberação do empréstimo. Atualmente somente 100 mil bolsas serão concedidas aos estudantes com renda familiar até três salários minímos. Na regra anterior somente estudantes de baixa renda eram contemplados.

Para a UNE, tais mudanças restringem o acesso dos estudantes com maior vulnerabilidade social.

”Até 2016, dados do MEC indicaram que 50,07% dos financiamentos do FIES eram ocupados por negros e negras, que historicamente não tiveram acesso ao ensino superior. Com as novas regras é evidente que a função social que o FIES ficará comprometida”, diz a moção.

Confira a moção completa clicando aqui.