Cerca de 10 mil escolas não têm acesso à rede de esgoto ou energia

No Brasil, 8,5% das escolas de ensino infantil não possuem serviços essenciais de infraestrutura, como saneamento básico e/ou energia elétrica. Isso, para o presidente-executivo do Instituto Trata Brasil Édison Carlos, significa que “o Brasil parou no século 19. Uma das dez maiores economias do mundo, não resolveu questões fundamentais”.

Bolsa Família: 1,3 milhão de crianças entram na escola este ano - MDS

O Censo Escolar, produzido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), revelou que além de 8,5% escolas de ensino infantil (0 a 6 anos) não possuírem serviços essenciais de infraestrutura, como saneamento básico (acesso à água e coleta dos esgotos) e/ou energia elétrica, somente 9,4% das creches e 12,6% das pré-escolas de zonas rurais possuem sistemas de esgotamento sanitário.

Já as instituições de ensino fundamental (6 a 14 anos), 8,2% das unidades, ou seja, 11 mil escolas não têm sequer um banheiro.

Os números são preocupantes, mas essa falta de infraestrutura se torna ainda mais ampla na região Norte, como os estados do Acre, o Amazonas, o Pará e Roraima e, de acordo com a coluna de Édison Carlos, engenheiro químico e presidente-executivo do Instituto Trata Brasil, na Folha de S.Paulo, os avanços no país ocorrem de forma lenta na maioria dos municípios.

“A ausência do saneamento básico, pilar primário da infraestrutura, é um problema do país há décadas. Embora o Brasil tenha dado passos importantes, como a criação do Ministério das Cidades e o lançamento do Plano Nacional de Saneamento Básico, os avanços ocorrem de forma lenta na maioria dos municípios”.

Segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, 34 milhões de brasileiros ainda não possuem acesso à água tratada e pouco menos da metade da população não tem coleta de esgotos.

E isso, para o presidente-executivo do Instituto significa que “o Brasil parou no século 19. Uma das dez maiores economias do mundo, não resolveu questões fundamentais. Ao não oferecer banheiros e sistemas de esgotamento sanitário adequados a crianças, professores e demais profissionais, comprometemos não apenas a saúde de gerações de brasileiros mas também sua aprendizagem”, finalizou em sua coluna desta sexta-feira (02).