China adverte sobre medidas em resposta aos EUA

A China "não quer uma guerra comercial", porém não ficará indiferente frente às ameaças dos Estados Unidos contra suas exportações, advertiu Pequim, após o anuncio de medidas protecionistas na semana passada. O anuncio foi de um portavoz da Assembleia Nacional Popular, órgão supremo do legislativo, e as palavras foram de Xi Jinping

Trump e Xi Jinping - Reuters

O presidente norte-americano causou indignação no exterior ao anunciar altas tarifas para as importações estadunidenses de aço e alumínio, ameaçando impor "taxas recíprocas" aos socios comerciais dos Estaods Unidos que decidam responder com medidas similares. No sábado (3), Pequim repsondeu ameaçando tomar medidas de represália, pela primeira vez desde o anúncio de Trump. 

"A China não quer uma guerra comercial com os Estados Unidos", apontou Zhang Ysui, portavoz da Assembleia Nacional Popular (ANP), o órgão supremo legislativo do gigante asiático. 

"Contudo, se tomam medidas que prejudicam os interesses chineses, não ficaremos de forma alguma de braços cruzados", reiterou diante da imprensa antes da sessão anual Plenária no Parlamento. 

A China é o principal fabricante mundial de aço e alumínio, exportando apenas uma pequena parte de sua produção aos EUA. Assim, o país só seria afetado marginalmente pela nova taxação. 

Enquanto Washington tenta investigar a China por suposto dumping em inúmeros setores, Zhang mostrou preocupação com uma tendência incontrolável. "É crucial para todos perceber de forma clara e objetiva as intenções estratégicas da outra parte. As decisões baseadas em erros de julgamento ou hipóteses erradas podem ter consequências que nenhum dos dois países quer ", afirmou.

Pequim advertiu em diversas ocasiões nos últimos meses que tomaria as "medidas necessárias" para defender suas empresas frente aos abusos das decisões protecionistas de Washington. As autoridades chinesas abriram uma investigação anti-dumping contra um tipo de cereal exportado pelos EUA, e não descartaram fazer o mesmo com as exportações massivas de soja dos EUA. Liu He, conselheiro do presidente Xi Jinping, visitou Washington na semana passada para tratar de endireitar as relações econoômicas entre ambas as potências.