ONU está alarmada com a intervenção militar no Rio 

O Alto-Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein, mostrou-se alarmado com o fato de as Forças Armadas brasileiras terem assumido a segurança no estado brasileiro do Rio de Janeiro. “As Forças Armadas não são especializadas em segurança pública ou em investigação”, afirmou Hussein

Intervenção militar no Rio de Janeiro - Tânia Rego/Agência Brasil

No relatório anual que apresentou no conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, o responsável criticou o recente decreto que autoriza as Forças Armadas brasileiras a desempenhar as tarefas da Polícia no Rio de Janeiro, força que fica sob o comando do Exército. “As Forças Armadas não são especializadas em segurança pública ou em investigação”, afirmou Zeid Al Hussein, que lamentou ainda o pedido do Exército de perdão para soldados que cometam crimes.

“Lamento os pedidos de altos funcionários do Exército para que se tomem medidas que na prática implicam uma anistia para os soldados que cometam atos que violem os direitos humanos”, disse. O responsável da ONU apelou ao governo de Michel Temer para que garanta que as políticas de segurança respeitem os direitos humanos e que as medidas adotadas evitem discriminações ao nível da criminalização com base na raça ou no nível socio-econômico.