Mulheres são presas e agredidas durante ato em Campinas

O portal ACidadeOn/Campinas informa que a educadora Ana Maria Furlan, 29 anos, foi presa no início da noite de quinta-feira (8) durante um protesto realizado justamente em referência ao Dia Internacional da Mulher, no centro de Campinas.

agressão

O grupo se concentrou no Largo do Rosário (centro da cidade) e saiu em passeata até a Prefeitura. A confusão começou na Francisco Glicério. A manifestante estava com uma lata de spray e foi acusada de pichar as portas de estabelecimentos comerciais – a coordenação do movimento, no entanto, diz que o spray era usado para escrever faixas e classifica a prisão como "arbitrária".

Segundo manifestantes, a PM identificou que as pichações eram alaranjadas, e Ana usava uma lata de tinta rosa. "Eles não têm indício. Foi uma ação muito truculenta, e o 8 de Março a gente termina na delegacia, brigando", disse a vereadora Mariana Conti (PSOL).

"Na verdade, não tem nada e nem ninguém que prove que ela estivesse fazendo a pichação. Ela está sendo detida por homens, é muito grave", disse a presidente do PSOL em Campinas, Marcela Moreira. Ela tentou negociar com a polícia a liberação de Ana. As demais manifestantes reclamaram que a prisão não pode ser realizada por policiais homens. Houve confusão, empurrões e muita gritaria.

Em sua página em uma rede social, Marcela afirma que uma outra mulher, que tentava filmar a ação da PM, levou um soco de um policial sem identificação, e ficou inconsciente por quase meia hora. Assim que soube da prisão e da agressão, Márcia Quintanilha, presidente do PCdoB de Campinas, que retornava do ato em São Paulo/SP, manifestou sua solidariedade às agredidas e seu repúdio à truculência policial.

O ato foi organizado pelo movimento "Pela efetivação da Lei Maria da Penha em Campinas" e reuniu cerca de 250 pessoas, segundo a Emdec. A Guarda Municipal fala em cem pessoas. Ana foi levada para o 1º Distrito Policial, e o protesto a acompanhou até o local. Um grupo entrou na delegacia em apoio à manifestante e cantava "não acabou, tem que acabar, eu quero o fim da Polícia Militar". As manifestantes ficaram de prontidão em frente ao DP aguardando a liberação de Ana, o que aconteceu perto das 22h.

A acusação foi retirada após a identificação de que as cores das pichações eram diferentes da lata apreendida com Ana. O Boletim de Ocorrência registra que as pichações têm "autoria desconhecida".