Dono de site que difamou Marielle é sócio de membro do MBL

Por Pedro Zambarda, no DCMPor Pedro Zambarda, no DCMu que Carlos Augusto de Moraes Afonso, nome verdadeiro de Luciano Ayan do site difamatório Ceticismo Político, é sócio de Rafael Almeida Rizzo do Movimento Brasil Livre (MBL). Outro sócio de Carlos seria Pedro Augusto Ferreira Deiro, o Pedro D’Eyrot do Bonde do Rolê, que também apoiou o grupo de Kim.

Sócio de site de fake news do MBL - Reprodução

Envolvidos na difusão de notícia falsa sobre a vereadora Marielle Franco, a página Ceticismo Político e dois perfis no Facebook atribuídos ao nome "Luciano Ayan", que se apresenta como o responsável por ela, foram retirados do ar. Os perfis de Ayan estão indisponíveis desde a noite de sexta (23) e a página, neste sábado.

O Facebook confirma que essa página (facebook.com/ceticismopolitico) e os perfis não voltam ao ar. "Nossos Padrões da Comunidade não permitem perfis falsos, e contamos com nossa comunidade para denunciar contas assim. Páginas administradas por perfis falsos também violam nossas políticas", afirmou comunicado da empresa ao blog.

Após o bloqueio de sua página, o site Ceticismo Político publicou um texto de alguém que afirma se chamar Carlos Augusto de Moraes Afonso e que seria responsável pelo pseudônimo Luciano Ayan e por suas páginas no Facebook.

O nome Carlos Augusto de Moraes Afonso aparece como um dos donos da empresa Yey Inteligência (CNPJ 28.724.932/0001-04, nome fantasia "Nox"), cuja atividade econômica é "consultoria em gestão empresarial", de acordo com a Receita Federal. Segundo registros da Junta Comercial do Estado de São Paulo, esse nome é sócio de Pedro Augusto Ferreira Deiro – um dos fundadores do MBL. A página do movimento costuma divulgar publicações do Ceticismo Político com frequência.

Os nomes "Luciano Henrique Ayan" e "Luciano Ayan" são velhos conhecidos do debate político nas redes sociais desde os tempos do Orkut. Tanto ele quanto a página são acusados de propagarem notícias falsas e de atuar para desinformar, manipular dados e reportagens e hiperpartidarizar conteúdos.

Logo após a execução de Marielle, no dia 14, no Rio de Janeiro, ter criado comoção nas redes sociais e veículos de comunicação em todo o mundo, começou a circular informação falsa de que ela seria namorada do traficante Marcinho VP e aliada de uma facção criminosa.

Nesta sexta, o jornal O Globo publicou a reportagem "Como ganhou corpo a onda de 'fake news' sobre Marielle Franco", apontando que o link mais compartilhado na difusão do boato de ligação dela com o crime organizado pertencia ao site Ceticismo Político. O conteúdo foi divulgado através da página com mesmo nome no Facebook. E, logo depois, reproduzido pela página do MBL na mesma rede social.

Distorcendo uma reportagem de Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, que tratava do caso de uma desembargadora que havia repassado boatos sobre Marielle Franco (informação que, na matéria, a própria magistrada reconheceu não ter checado), o site Ceticismo Político publicou "Desembargadora quebra narrativa do PSOL e diz que Marielle se envolvia com bandidos e é 'cadáver comum'".