Contra o lobby das armas, multidão de jovens ocupam as ruas dos EUA

Em diversas cidades do Estados Unidos, centenas de milhares de jovens e estudantes tomaram as ruas neste sábado (24) para uma mobilização nacional contra as armas de fogo. O ato central deve reunir pelo menos meio milhão de manifestantes na Capital, Washington.

Estudantes nos EUA - Reuters

O movimento chamado de "Marcha por nossas vidas" é uma reação ao lobby das armas que impede a aprovação de medidas de desarmamento. Há anos o país enfrenta massacres por conta da liberação de armas, cujo último foi o de 14 de fevereiro em uma escola na Flórida, em que um jovem com uma arma semiautomática provocou a morte de 14 estudantes e três adultos.

"Estas manifestações não teriam acontecido sem o massacre em minha escola. Por isso, será um momento difícil", disse o estudante Carlos Rodríguez, que escapou ileso do massacre na Flórida. — Me sinto orgulhoso de ser um dos estudantes que começou com este movimento — acrescentou.

O movimento conta ainda com o apoio de intelectuais e artistas. O ator George Clooney e sua esposa, Amal, doaram meio milhão de dólares para o movimento. Oprah Winfrey e Steven Spielberg também declararam seu apoio, e o ator Bill Murray comparou as marchas de sábado aos protestos contra a guerra do Vietnã na década de 1960.

No ato deste sábado, artistas como Ariana Grande, Jennifer Hudson, Demi Lovato, Justin Timberlake e Miley Cyrus já confirmaram presença.

O objetivo do ato é pressionar o governo de Donald Trump e os parlamentares da alterar as regras de acesso à armas, que muitos americanos consideram um direito fundamental. Até agora, as mortes de jovens nas escolas não tem comovido as autoridades que se rendem a indústria de armas e a Associação Nacional de Rifles (NRA, em inglês), que financia campanhas de parlamentares em todo os EUA.

O ex-presidente Barack Obama chegou a reconhecer a derrota diante do multimilionário lobby da NRA, e agora, mesmo depois de ter deixado a Casa Branca, expressou seu apoio à manifestação estudantil.

De acordo com o site do comitê organizador, no sábado acontecerão 830 "marchas irmãs", simultâneas às de Washington, em diversas cidades do país onde as armas de fogo deixam mais de 30.000 mortos a cada ano.