Especial: Álbuns da Copa, de 1970 a 1998 – PARTE 2, os anos 80

A segunda parte do nosso especial sobre os álbuns da Copa de 1970 a 1998, vai tratar dos álbuns dos anos 80. Naquela década aconteceram duas Copas, 1982 e 1986. Espanha e México receberam os torneios. Década que contou com o belo futebol apresentado pela seleção brasileira de 82, mas que acabou por consagrar um dos maiores craques de todos os tempos, Diego Armando Maradona, que até gol com a mão fez em 86.

espanha 82

A Copa do Mundo de 1982 aconteceu na Espanha, para abrir o álbum o cartaz oficial, foto do mascote e da taça da Copa. Vale ressaltar que o cartaz fazia referência ao artista catalão Joan Miró, na sequência, tabela, estádios, e cartazes das diversas sedes do mundial. Naquela ocasião, e isso se repetiu em 1986, a primeira seleção não era a anfitriã, dessa vez a cabeça de chave do Grupo 1, era a Itália, que acabaria campeã do torneio. Ali estava Paolo Rossi, o grande carrasco da seleção brasileira e jogador decisivo nas partidas finais. O goleiro italiano, assim como em 70, 74 e 78, era Dino Zoff. O arqueiro estava em todos os álbuns até então.

Pôster oficial da Copa do Mundo de 1982
Figurinha do Estádio Sarriá, na cidade do Barcelona,
onde o Espanyol mandava seus jogos.
Palco da vitória italiana sobre o Brasil.
O italiano Paolo Rossi

O grupo da Itália tinha ainda Peru, Polônia e Camarões. E na página dos africanos um formato de figurinha que permaneceu por mais alguns álbuns começou a ser utilizado. Ao invés de menos figurinhas para seleções consideradas mais “fracas”, começou a ser utilizado um modelo que trazia dois jogadores no mesmo cromo. Dessa forma Camarões e Argélia e El Salvador e Kuwait, dividiram a mesma página, no selecionado camaronês o atacante Roger Milla já aparece entre os atletas.

Páginas com duas seleções em figurinhas duplas,
novidade no álbum de 1982



Pelo grupo 3, nas páginas dedicadas a seleção argentina, está lá pela primeira vez o genial, Maradona. Ainda como atleta do Boca Juniors. Kempes, Passarela e Ardiles também figuram no álbum. Na Bélgica um jovem Michel Preud’Homme também ganha sua primeira figurinha na história dos álbuns.

A primeira aparição de Maradona nos álbuns da Copa
 

Era um álbum que contava com mais figurinhas do que os anteriores, sobretudo, porque a partir daquele momento a Copa do Mundo passava a ter 24 seleções, e não 16, como era anteriormente. Isso fez com que a parte de “seleções eliminadas” que fechou os álbuns de 74 e 78 fosse excluída.

No grupo 5 a Espanha, dona da casa, e abrindo o grupo 6, a forte seleção brasileira, que assim como a Holanda de 1974, encantou por seu bom futebol, mas não levantou o troféu. O Brasil caiu nas quartas de final, frente a Itália. Pela primeira vez na história dos álbuns um jogador aparece atuando por um clube de fora do país. Era Falcão, que já brilhava na equipe da Roma, onde fez muito sucesso. A equipe do São Paulo, aparecia com 5 atletas nas páginas brasileiras do álbum. Na sequência, a União Soviética, com uma forte seleção, que contava com o grande goleiro Dasaev e também com alguns atletas do Dinamo Tbilisi, que chamou atenção do mundo do futebol em 1979 ao eliminar o poderoso Liverpool de uma competição europeia.

Falcão, primeira vez que aparece um atleta brasileiro
atuando por uma equipe estrangeira nos álbuns da Copa
Socrátes e Zico, lado a lado no álbum do mundial de 1982
Figurinha da seleção da União Soviética,
que fez sua estreia contra o Brasil naquela Copa


1986

A edição de 1986 do álbum oficial de figurinhas da Copa do Mundo, mais uma vez trazia cartaz do mundial mascote, cidades e estádios em sua abertura. Nessa ocasião figurinhas de todos os cartazes dos mundiais anteriores também contava, nas páginas de apresentação. A Itália era a cabeça de chave do grupo A, e por isso aparecia abrindo o álbum. A Argentina que seria campeã, graças ao craque Maradona, aparecia em terceiro do álbum, já que não era cabeça de chave e por isso caiu na mesma chave dos italianos. Estão ali, além de Maradona, Pumpido, Burruchaga, Borghi, que conquistou a Libertadores com o Argentinos Juniors um ano antes, entre outros jogadores que fizeram a diferença naquela mundial.

Cromos de todos os pôsteres das Copas até 1986.
Bochini, Maradona e Burruchaga, trio de craques na página da seleção argentina

Com o formato de figurinhas divididas para as seleções que teoricamente não teriam destaque, estão dispostos nesse formato, dividindo páginas, Coreia do Sul e Iraque, Canadá e Argélia, e na última página o Marrocos, também tem dois jogadores dividindo o mesmo cromo.
O México, dono da casa, estava no Grupo B, que também tinha a Bélgica que chegou nas semifinais, o Iraque, e a seleção do Paraguai, que tinha entre suas figurinhas o ídolo do Fluminense, Romerito. A seleção brasileira estava no Grupo D, e dessa vez contava com três atletas atuando fora do Brasil, e todos na Itália. Eram eles Toninho Cerezo, que também atuava pela Roma, Edinho que estava na Udinese e Júnior que jogava na época pelo Torino. Porém um outro clube fora do comum aparecia no álbum de 1986, era a Inter de Limeira, que contava com o atacante Éder em seu elenco.

Romerito, figurinha do Paraguai
e ídolo do Fluminense

Éder leva a Inter de Limeira
para o álbum da Copa do Mundo de 1986



Do grupo E, vinha a seleção que mais chamou atenção na primeira fase da Copa. A famosa Dinamarca, que passou a ser chamada de “Dinamáquina” pela imprensa brasileira. Mesmo em um grupo que contava com Alemanha Ocidental, que acabaria vice, e com o bi campeão Uruguai, os dinamarqueses passaram de fase convencendo. Batendo os alemães por 2 a 1 e massacrando os uruguaios por 6 a 1 logo na primeira partida. Laudrup, Elkjaer, Lerby, Olsen, Arnesen, Nielsen, entre outros, com certeza foram se tornando “figurinhas” mais valiosas com o passar da Copa. Na celeste que foi destroçada pelos escandinavos estava o então palmeirense Diogo, e no banco de reservas estava o ótimo goleiro do Santos, Rodolfo Rodriguez. Os dois aparecem no álbum.

A seleção da Dinamarca de 1986.

Rodolfo Rodriguez e Diogo, Santos e Palmeiras no álbum do mundial de 86


No grupo F a seleção portuguesa fazia sua primeira aparição em álbuns da Copa, já que a última vez que tinha participado de um mundial foi em 1966, quando a Panini ainda não produzia os álbuns. Na página seguinte estava a seleção inglesa, eliminada com dois gols de Maradona, um driblando meio time e outro o famoso gol com a mão. O artilheiro da Copa, Gary Lineker, aparecia no selecionado inglês, como atleta do Everton.

Cromo do inglês Lineker, eliminado nas quartas,
mas artilheiro com 6 gols do mundial de 1986

Na terceira e última parte do especial, abordaremos as Copas de 1990, 1994 e 1998.