Especial: Álbuns da Copa, de 1970 a 1998 – PARTE 3, os anos 90

Chegamos a terceira e última parte do “Especial: Álbuns da Copa, de 1970 a 1998”. Dessa vez falaremos das edições produzidas nos anos 90. Naquela década tivemos os torneios de 1990, na Itália, de 1994, nos EUA e 1998, na França. De 2002 em diante, os álbuns seguiram sendo produzidos normalmente, mas deixamos para outro momento a história das edições mais recentes.

Por Thiago Cassis*




Italia 1990

Copa do Mundo de 1990 ganhou uma capa diferente no Brasil, veja acima o modelo nacional e o modelo internacional da Panini. Na edição brasileira, abre o álbum uma página com uniformes das seleções que até o certame de 86 já tinham conquistado títulos, já na edição oficial da fabricante, vamos direto para as figurinhas das cidades e estádios, também presente na edição nacional.

A outra capa do álbum da Copa do Mundo de 1990

Como nas últimas edições, a primeira seleção é a Itália. Mas dessa vez, o fato se justifica por ser o retorno da anfitriã abrindo o álbum. Uma geração de grandes jogadores que não conseguiu levantar a taça em casa. No mesmo grupo A, dos italianos, estava a Tchecoslováquia, em sua última aparição em álbum de Copa. A queda do Muro de Berlim em 1989, e as transformações que ocorriam no leste europeu fizeram com que não fosse apenas a despedidas dos tchecos, mas também da tradicional seleção da União Soviética. Que está apenas algumas páginas depois no álbum.

O jovem Roberto Baggio, da seleção italiana
Tchecoslováquia, faz sua despedida em 1990



Antes dos soviéticos, estava a seleção que despachou brasileiros e italianos, a Argentina de Maradona e Caniggia. Outra equipe que chamou a atenção do mundo naquela edição da Copa, foi a seleção de Camarões, que divide a página com a Costa Rica, com figurinhas divididas. Formato que em breve seria aposentado pela editora responsável pelos álbuns. Se na seleção de Camarões, Roger Milla não ganhou figurinha, Omam-Biyik ganhou. O atleta foi responsável pelo primeiro gol daquela Copa, que deu a vitória para a seleção camaronesa frente aos argentinos atuais campeões mundiais na ocasião.

Omam-Biyik, gol histórico na estreia
Caniggia, gols decisivos contra Brasil e Itália

A seleção brasileira apresenta, pela primeira vez em álbum, mais jogadores atuando fora do país que em território nacional. De 17 cromos, 11 atuavam em outros países. Apesar de uma contusão ter prejudicado o atleta, Romário faz sua estreia em álbuns da Copa. A Alemanha Ocidental, que seria campeã, aparece pela última vez como “Ocidental”, já que a unificação das Alemanhas fez com que a partir de 1994, fosse apenas “Alemanha”.

Brehme, fez o gol que deu o título
para a Alemanha Ocidental


A Colômbia, em seu primeiro álbum, de camisas vermelhas, é outro ponto curioso daquela edição, com direito a Valderrama e sua famosa cabeleireira. Muitos atletas do Atlético Nacional que ganhou a Libertadores de 1989, também faziam parte do selecionado colombiano e estavam presentes no álbum.

A forte seleção holandesa, campeã europeia de 1988, está ali também, e o genial Marco Van Basten ganha então sua única figurinha em álbuns da Copa do Mundo, Gullit, Koeman e Rijkaard ainda apareceriam em outras ocasiões. Fecha aquela edição, com figurinhas duplas, a equipe do Egito, que só foi voltar para um álbum de Copa agora, em 2018.

O genial Marco Van Basten
1994

Chegamos ao álbum da Copa de 1994, torneio em que a seleção brasileira se reencontrou com a taça de campeão do mundo. Era o último torneio com 24 seleções, em 1998 já seriam 32 equipes. Abrindo o álbum, as já tradicionais figurinhas das cidades e dos estádios. Logo depois, sem muita enrolação já ia direto para o grupo A, com os norte-americanos, donos da casa, abrindo o álbum. A Colômbia que não passou da primeira fase mas chegou como uma das favoritas também estava naquele grupo, e trazia craques como Rincon, na época, atleta do Palmeiras. Na página seguinte, um dos melhores jogadores daquela Copa, George Hagi, fazia sua segunda aparição em álbuns do mundial.

Hagi fez a diferença pela seleção da Romênia
Evair, estava no álbum
mas não foi convocado pra Copa



A seleção do Brasil, que seria campeã, tem alguns erros, como os jogadores Evair e Palhinha, que sequer foram convocados, e não estão no álbum figuras que participaram diretamente do caminho para o tetra, como Aldair, Leonardo e Mazinho, que ganhou a vaga de Raí ao longo do torneio. A Rússia, que teve o artilheiro do Mundial, Oleg Salenko, aparecia pela primeira vez já com a União Soviética desmembrada.

O álbum não tem muitas novidades no formato, mas o destaque fica para alguns grandes craques que figuram em suas páginas, como Stoichkov, da Bulgária, Batistuta, Redondo, Maradona, Caniggia e Simeone, pela Argentina, Baggio e Baresi, pela Itália, e Bergkamp e Overmars aparecendo pela primeira como cromos da Copa, pela Holanda.

Romário, o melhor jogador da Copa de 94
O búlgaro Stoichkov

Argentina tinha uma seleção cheia de craques em 1994…

Bolívia e Noruega foram novidades naquela edição, a primeira até hoje não apareceu mais, já os escandinavos voltaram para bater o Brasil, quatro anos depois.

A única vez da Bolívia em álbuns da Copa
1998

Para encerrar nosso especial, aportamos no álbum da Copa da França de 1998. Com uma rápida abertura, apenas com figurinhas de estádios, pôster do Mundial, mascote e a taça, o álbum já passava direto para as equipes.

O Brasil, pela primeira vez, abria um álbum da Copa do Mundo. Como atual campeão, a equipe trazia Ronaldo pela primeira vez em um álbum, Edmundo, em única aparição, e listava Romário, que infelizmente, acabou preterido por Zagallo, assim como outros grandes jogadores, por exemplo, o zagueiro Mauro Galvão, que atravessava uma fase espetacular. Mas isso é outra história, voltemos para o álbum…

Edmundo, em grande fase,
estava no álbum mas ficou no banco de reservas
Dupla de figurinhas da seleção da Noruega que venceu o Brasil



A Noruega aparece mais uma vez, com o então jogador do Chelsea, Tore Andre Flo, que liquidou o esquadrão canarinho. Mais uma vez um álbum sem grandes alterações e novidades no formato, os símbolos passaram a ser “brilhantes” e, aqui no Brasil, a diferença foi que as figurinhas passaram a ser autocolantes, o que ajudou consideravelmente crianças que faziam uma verdadeira “intervenção artística” em seus álbuns com o manuseio de cola para fixar os cromos.

Campeã do mundo de 1998

A França, que apresentou um grande futebol, trazia Henry, Trezeguet, Zidane, Deschamps, Djorkaeff, Thuram, Blanc, entre outros craques, e levantou a taça em casa. Desde 1978 a dona da casa não era campeã. Os franceses voltaram a um álbum da Copa, de onde estiveram afastados desde 1986. A seleção da África do Sul fez sua estreia em álbuns, e a Dinamarca voltou a aparecer. O espanhol Guardiola se “transformava” em figurinha da Copa pela segunda vez e na seleção do Paraguai, cromos de atletas que atravessavam um grande momento no futebol brasileiro, como Gamarra (Corinthians), Arce (Palmeiras) e Rivarola (Grêmio).

Gamarra, no Corinthians, e Arce, no Palmeiras,
nenhum dos dois clubes está no álbum da Copa de 2018

A seleção holandesa, que ao lado da França e da Croácia, talvez tenha apresentado o melhor futebol do mundial, trazia uma constelação de craques, muitos revelados no grande Ajax do meio da década. Falando em Croácia, a equipe aparecia pela primeira vez em um álbum, e contava com o artilheiro Davor Suker entre seus atletas.

A Holanda mostrou um excelente de futebol,
mas ainda não foi dessa vez que ficou com a taça em uma Copa
Figurinha brilhante, novidade do álbum de 1998


Para encerrar o álbum, e nosso especial, a primeira aparição da Jamaica, sendo a última seleção a ganhar as figurinhas que trazem dois jogadores em um só cromo. A partir de 2002, cada seleção receberia o mesmo tratamento por parte da fabricante dos álbuns.

A seleção da Jamaica no álbum da Copa de 98