Temer diz que visita ao local do desabamento foi protocolar

Em entrevista no Palácio do Planalto nesta quarta-feira (2), Michel Temer afirmou que tentou visitar os escombros do prédio que desabou em São Paulo, não por solidariedade às vítimas diante da tragédia, mas como uma gesto protocolar da autoridade, para não gerar críticas da imprensa.

Michel Temer - Marcos Corrêa/PR

"Você é presidente da República. Em um caso como esse, convenhamos, uma tragédia das mais dramáticas e com gente naturalmente muito carente, muito pobre, eu estando em São Paulo e não comparecer lá, seria objeto de críticas, vocês estariam fazendo a pergunta ao reverso", declarou Temer.

Apesar de dizer que se trata de uma tragédia, Temer afirmou que, se necessário, o governo federal deve liberar recursos para ações em razão do desabamento do edifício, que era de propriedade da União e estava cedido à prefeitura de São Paulo. No entanto, ele não esclareceu qual seria a destinação do dinheiro e informou que ainda não tratou da questão com o ministro da Integração Nacional, Antônio de Pádua.

Hostilizado pelo povo

Apontado nas pesquisas como o presidente mais impopular da história, com apenas 3% de aprovação, Temer foi questionado se não se incomodou com a hostilização de populares, que o fez sair rapidamente do local sob gritos de "golpista".

"Eu não me incomodo com isso. O importante era o gesto de autoridade", afirmou. "O mau seria eu não revelar a autoridade do presidente temeroso de uma ou outra hostilidade, que sempre é negativa, não é útil. Acho que o país precisa tomar regras de educação cívica, mas eu não me incomodei minimamente", completou.

Temer mal conseguiu dar dez passos após descer do carro e foi obrigado a retornar rapidamente para se retirar do local. Quando o carro que o conduzia se movimentou para ir embora, ao menos três pessoas se aproximaram dando tapas no vidro e na lataria e outros tiveram que ser contidos por policiais militares.

Por meio das redes sociais, o jornalista Sidney Rezende afirmou que Temer já não tem condição de sair na rua: "O presidente Temer e o seu o primeiro escalão vão enfrentar dificuldades de andar na rua daqui para frente. A revolta popular, e isto está acima dos partidos, é crescente. O povo está sem esperança e se sentindo roubado e traído pela elite que administra o pais".