Gilberto Gil cancela show em Tel Aviv após assassinato de palestinos

O cantor Gilberto Gil anunciou nesta terça-feira (22) o cancelamento de um show que seria realizado no dia 4 de julho em Tel Aviv, ao considerar que Israel passa por “um momento delicado” após as dezenas de mortes provocadas pelas forças de segurança do país.

Gilberto Gil - Divulgação

“O sentimento geral é o de apreensão, porque Israel está atravessando um momento delicado”, afirmou o cantor em um e-mail endereçado à produtora musical Arbel, encarregada de organizar o show.

“Esperamos a compreensão, já que este assunto também é delicado para nós. Amamos Israel e sempre nos sentimos muito amparados. Sem dúvida, haverá outras oportunidades e esperamos por tempos melhores”, acrescentou Gil.

O concerto reuniria amigos do cantor, como Mayra Andrade, Bem Gil (seu filho), Chiara Civello e Mestrinho, para tocar repertório do clássico disco “Refavela”, de 1977.

O anúncio aconteceu uma semana após o Exército de Israel matar ao menos 60 palestinos durante um protesto na faixa de Gaza. Os manifestantes protestavam contra a inauguração da embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém.

A decisão de cancelar o show foi elogiada pelo Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), campanha global que apoia a prática de boicote econômico, acadêmico, cultural e político ao Estado de Israel, com o objetivo de pôr fim a ocupação dos territórios palestinos.

“Saudamos calorosamente o cancelamento de Gilberto Gil ao concerto que ocorreria em Tel Aviv, centro do regime de ocupação e apartheid de Israel”, afirmou Hind Awwad, líder de um grupo palestino que faz parte do Comitê Nacional do BDS.

Na nota, Awwad agradece “aos fãs de Gil no Brasil e em toda a América Latina, cuja indignação com o último massacre de Israel em Gaza e apoio aos direitos humanos palestinos parecem ter desempenhado um papel essencial em sua decisão”.