Partidos de esquerda: “Crise é responsabilidade exclusiva de Temer”

Em nota assinada por Luciana Santos (PCdoB), Carlos Lupi (PDT), Carlos Siqueira (PSB), Edmilson Costa (PCB), Gleisi Hofmann (PT) e Juliano Medeiros (Psol), que integram a Frente Nacional pela Democracia, Soberania e Direitos, denunciam o aprofundamento da crise econômica e social que, segundo eles, são de "responsabilidade exclusiva do governo Temer e dos partidos que sustentam sua agenda antipopular e antinacional".

Frente ampla pela democracia - Richard Silva/PCdoB na Câmara

"Na última semana o governo Temer completou dois anos de ataques à democracia, à soberania e aos direitos sociais. Sua agenda de retrocessos tem como alvos imediatos os direitos trabalhistas e previdenciários, o patrimônio nacional, a legislação ambiental e a capacidade de atuação do Estado, cuja soma coloca em questão os direitos da pessoa humana, característica típica de projetos autoritários", inicia a nota da frente.

Para os líderes partidários, o governo aplica uma agenda ultraliberal que busca assegurar a "exploração desenfreada do povo brasileiro e de seus recursos naturais estratégicos", para atender a cartilha do capital internacional.

"Essa agenda aprofundou de forma dramática a recessão, a desigualdade e a miséria. A estagnação do PIB no primeiro trimestre demonstra que os cortes de investimentos só fizeram ampliar a crise econômica", argumenta outro trecho da nota, que também aponta o aumento do desemprego e as ameaças de uma crise cambial que criam um ambiente de incertezas.

"A explosão no preço dos combustíveis – nada menos que onze reajustes em apenas dezesseis dias – mostra os efeitos do ciclo de entrega do patrimônio público, particularmente visível no caso das refinarias da Petrobras", destaca os partidos. E segue: "Por tudo isso, o governo Temer tem sofrido o rechaço da imensa maioria do povo brasileiro e só se sustentou, até aqui, graças a uma base fisiológica na Câmara dos Deputados, que arquivou duas denúncias de corrupção contra ele".

Por outro lado, a nota também aponta que nos últimos meses, setores democráticos conquistaram importantes vitórias. "A derrota da proposta de reforma da previdência de Temer e, mais recentemente, a impossibilidade de privatização da Eletrobras, mostra que a frente democrática formada pelos partidos de oposição tem cumprido importante papel no parlamento. A atual luta contra o “PL do Veneno”, que flexibiliza as regras para certificação de agrotóxicos, é mais um capítulo da luta da democracia contra a barbárie, que une diferentes partidos, movimentos e lideranças em nosso país", completa.