Coreias realizarão reencontros de famílias separadas pela guerra

Delegações da Coreia Popular e da Coreia do Sul concordaram nesta sexta-feira (22) em realizar os primeiros reencontros de famílias separadas pela Guerra da Coreia, de 1950 a 1953, em três anos. A iniciativa é uma consequência do documento pela paz assinado pelos dois países na reunião histórica entre seus líderes

coreanos separados pela guerra

As reuniões, agendadas para o período do 20 a 26 de agosto, são uma questão delicada, especialmente para familiares idosos que participam de encontros emotivos depois de décadas de separação, e ocorrem de forma esporádica em épocas de boas relações entre as duas Coreias.

As organizações da Cruz Vermelha dos dois países prepararão os reencontros, que envolverão cerca de 200 pessoas selecionadas dos dois lados, disseram as entidades em comunicado conjunto depois de uma reunião de delegações.

Os reencontros estão entre as medidas prometidas pelo líder norte-coreano, Kim Jong Un, e o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, como parte de uma grande melhoria nas relações bilaterais ocorrida neste ano, após temores de guerra surgidos no ano passado devido a escalada de tensões entre os Estados Unidos e a Coreia Popular. 

Pyongyang vinha fazendo testes nucleares para conseguir ficar "pareo" aos EUA e assim obter uma boa negociação, sem correr riscos; Trump respondeu com grande agressividade, ameaçando "destruir completamente" a Coreia Popular. Mas após a reaproximação entre as Coreias após os Jogos de Inverno, Kim e Trump finalmente se encontraram e fizeram avanços para a estabilidade e promoção do diálogo. Na cúpula entre o líder norte-coreano, Kim Jong, Un e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ambos concordaram em trabalhar para a desnuclearização da península coreana, desde que os EUA parem os exercícios militares na fronteira e garantam a segurança norte-coreana.

Os reencontros acontecerão no Monte Kumgang, informaram as Coreias, e 100 pessoas de cada nação serão escolhidas para rever parentes que não encontram há tempos.

Autoridades sul-coreanas pediram muitas vezes que as visitas fossem retomadas por serem “uma questão humanitária e de direitos humanos”, especialmente porque muitos dos indivíduos já estão na faixa dos 80 e 90 anos.

Os primeiros reencontros foram realizados em 1985, e cerca de 20 foram organizados desde então, os mais recentes em 2015.