Manuela aos Jornalistas Livres: o centro é a construção da unidade
A pré-candidata do PCdoB à Presidência da República, Manuela D’Ávila, participou de uma conversa com os Jornalistas Livres para falar da situação política do país. O vídeo foi divulgado neste sábado (21). “Manuela D’Ávila coloca sua candidatura a serviço da luta pela democracia, que exige união e diálogo entre as esquerdas e demais forças progressistas”, aponta o grupo.
Publicado 23/07/2018 09:17
Em 40 minutos de bate-papo, Manuela falou sobre machismo, a participação do PCdoB nos governos Lula e Dilma, sobre a prisão política do ex-presidente Lula, sobre política de conciliação, alianças e interesses, as medidas de retrocesso tomadas pelo governo Temer, as reformas, o que representa a sua pré-candidatura, e defendeu um novo projeto de desenvolvimento e combate às desigualdades sociais no Brasil.
Esforço da unidade
Manuela explicou o cenário eleitoral das forças progressistas e o esforço de sua pré-candidatura para ampliar e unir a esquerda. “Nós do PCdoB fizemos e fazemos todos os esforços para que existisse uma saída conjunta para o nosso campo. Inclusive, chegamos a fazer um gesto maior que eu poderia fazer que era dizer que se o problema era minha candidatura, eu retiraria.”
Falando das pré-candidaturas de Lula (PT), Ciro Gomes (PDT) e Guilherme Boulos (PSOL), Manuela explicou que nunca foi obstáculo para a unidade da esquerda. “Nós somos quatro, se o problema sou eu eu deixo de ser candidata. Se existe virtualmente dois espaços numa chapa, o candidato e o vice, então ok.”
“O centro sempre foi a ampliação da nossa unidade.”
Manuela falou que a intenção de colocar seu nome não era para colocar no seu currículo que foi pré-candidata à Presidência, ou talvez algo mais relevante como ser a única candidata mulher depois de um golpe misógino, que pune ainda mais as mulheres.
“Mesmo diante disse tudo, o centro era ampliação da nossa unidade. (…) Existe esse esforço da nossa unidade. Pra nós do PCdoB sempre foi importante. A única candidatura que fala que é ou não é, é a minha”, respondeu.
“O tema da unidade é um tema central. As virtuais divergências que a gente tem são inferiores a unidade que a gente tem que ter para reconstruir o Brasil”, ressalta Manuela.
A entrevista foi publicada também na página do Facebook dos Jornalistas Livres. Na postagem, Manuela é elogiada, pois “encarna o melhor do novo feminismo brasileiro”.
“A pré-candidata do PCdoB, Manuela, encarna o melhor do novo feminismo brasileiro. Aquele que exige respeito, espaço, reconhecimento. Que não pede favor. Que é solidário. Sobre o episódio Roda Viva, em que foi interrompida mais de 50 vezes pelos entrevistadores, que queriam falar mais do que ela (afinal, ela é só ela, uma ManuEla), a militante afirma que isso é o que sempre se fez com as mulheres. A diferença foi a reação, ocorrida principalmente pelas redes, em defesa do seu direito de falar, se expressar, divergir, existir. A diferença foi o sentimento de sororidade que fez com que cada mulher se reconhecesse como alvo do CalaBoca que se pretendeu impor a Manu.
Essa militância por direitos é a mesma que está na base da defesa que Manuela faz de Lula, contra a prisão injusta que os adversários políticos do petista impõem a ele neste momento. Mas Manuela não faz dele uma defesa teórica. Ela pensa no frio que Lula sofre no cárcere de Curitiba, longe da família e da liberdade. Os olhos dela se abrem num brilho de indignação emocionada contra tanta injustiça.
Manuela nem por isso deixa de fazer as críticas que julga necessárias aos governos do PT. Ela se entusiasma ao discorrer sobre uma grande frente, a seu ver necessária, para derrotar as ameaças todas que estão colocadas aos trabalhadores, ao povo pobre, às mulheres, aos negros, pelo projeto neoliberal. E se dispõe a unir forças para impor a vontade popular, estrangulada em 2016 pelo golpe que depôs a presidenta Dilma Rousseff.”
Assista à íntegra da entrevista: