"Quem o governo apoia? Parece que é o Alckmin, né?", diz Temer

O emedebista Michel Temer, expoente do golpe ainda em curso no país, diz em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo que o candidato do governo na prática é Geraldo Alckmin

Alckmin e Temer - DIVULGAÇÃO/PLANALTO

Temer afirma: "se você dissesse: 'quem o governo apoia?'. Parece que é o Geraldo Alckmin, né? Os partidos que deram sustentação ao governo, inclusive o PSDB, estão com ele". Temer ainda reforça que os partidos que votaram a favor de reformas vão continuar no governo se tucano vencer.

Leia trechos das respostas que Michel Temer deu ao jornalista Bruno Boghossian, do jornal Folha de S. Paulo:

Sobre Meirelles, Temer diz: "as pessoas precisam ser verdadeiras. Meu trabalho foi […] mostrar ao MDB que deveria ter um candidato. Agora, o Meirelles tem que fazer uma campanha para… Não pode desligar-se do governo. Dizer 'eu não participei deste governo é impossível' e emenda – sobre o silêncio de Meirelles em defender o governo: "é o estilo dele. A tendência natural e inafastável é que ele defenda as teses do governo. Basta mostrar o que fizemos. Apesar da greve dos caminhoneiros, que causou impacto, mantemos a possibilidade de [alta de] 1,5%, 1,4%, 1,6% do PIB. Meirelles vai fazer isso. Aliás, o próprio Geraldo Alckmin, quando questionado sobre essas matérias, diz: 'a reforma trabalhista é importante, tem que ser mantida' etc."

Quando fala de Alckmin, sobre ele ser o candidato do governo, Temer demonstra proximidade e identificação: "pode vir a ser fato. Primeiro pelo que ouço ele declarar. Segundo porque esses que ajudaram a fazer as reformas vão estar no governo se ele ganhar. Quem for eleito não vai conseguir se afastar do que começamos."

Temer também comentou sobre Ciro Gomes: "foi sabedoria da base. As pessoas veem esse cidadão… Como é o nome? Ciro Gomes, Ciro Gomes… Veem esse cidadão dizendo barbaridades sobre o governo e no plano pessoal. Eles próprios raciocinaram e disseram: “não podemos ir com alguém que vai destruir o que fizemos."

Sobre Lula, Temer afirmou: "não acompanho os autos. Se não estivesse impedido legalmente, poderia participar. Temos que respeitar certas instituições. Falo isso embora o PT fale muito mal de mim. Lula foi presidente. Se cometeu equívocos, são analisáveis pelo Judiciário. Mas não se pode negar alguém que exerceu a Presidência."

A respeito do inquérito acerca do decreto do setor portuário que envolve seu nome, Temer disse: "como avalia as apurações? Iniciou-se uma apuração em torno de uma pessoa, não de um fato. É uma coisa juridicamente escandalosa. Sei que vai fazer com que os ânimos se ericem, mas não me incomodo. Eles dizem: “Ah, nós precisamos pegá-lo de qualquer maneira!” etc.

Sobre sua eventual prisão após o término de seu mandato, o emedebista afirma: "se me permite, registre que a pergunta é ofensiva. Uma inadequação absoluta. As instituições perderam significado e as pessoas perderam respeito. Por isso você faz essa pergunta. Não é culpa sua, é culpa de quem investiga e faz perguntas inadequadas, passa informações. O interesse é alimentar a imprensa, não concluir o inquérito. É deixar no ar."