Incomodados com Lula na TV, Alckmin, Bolsonaro e Amoêdo vão ao TSE

A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de cassar o registro de candidatura do ex-presidente Lula não foi suficiente para os adversários da direita preocupados com o desempenho do petista, que lidera todas as pesquisas de intenção de voto. Fazendo coro com a grande mídia, o PSDB, de Geraldo Alckmin, o “Novo”, de João Amoêdo, e o PSL, de Jair Bolsonaro, apresentaram ação no TSE contra a propaganda do PT para censurar qualquer menção a Lula.

Lula programa de TV - Reprodução

Bolsonaro e sua coligação “Brasil Acima de Tudo, Deus Acima de Todos” entraram com representação neste domingo (2) pedindo a suspensão da propaganda. Assim como o Partido Novo, de Amoedo, Bolsonaro questiona a aparição de Lula no programa, dizendo que a aparição do petista desobedece à decisão do TSE.

“Esse tipo de propaganda irregular não pode ser admitido por esta Corte, por possuir computação gráfica, efeitos especiais, bem como não cumprir o tempo mínimo em que o candidato deve expor suas propostas”, afirmam os advogados de Bolsonaro.

Além de pedir que seja retirada do ar, os advogados do presidenciável pedem que a coligação com o PT seja punida com a perda de tempo de propaganda equivalente ao dobro do usado no vídeo com Lula.

O “Novo” apresentou três pedidos contra a propaganda do PT: uma representação para suspender propagandas na TV, que está sob relatoria do ministro Carlos Bastide Horbach; outra pela retirada de programas na rádio, distribuída ao ministro Luis Felipe Salomão, e uma petição geral incluída no processo de registro de candidatura de Lula, que tem como relator o ministro Luís Roberto Barroso.

Já o tucano Geraldo Alckmin criticou a propaganda durante atividade de campanha em São Paulo neste domingo. Alckmin disse que a propaganda esconde “o candidato de verdade”.

A coligação tucana entrou com ação contra o ex-presidente Lula, argumentando que o PT está fazendo uso da propaganda dos candidatos a deputado estadual para divulgar a candidatura de Lula.

O advogado de defesa de Lula no TSE, Luiz Fernando Casagrande Pereira, afirmou que o PT poderá defender a candidatura de Lula.

Segundo ele, a imagem de Lula poderá ser utilizada pelos próximos dez dias, prazo que será utilizado para tentar reverter a decisão do TSE. “Ganhamos tempo. Com isso o ex-presidente tem dez dias para reverter a decisão do TSE sem maiores ônus, já que o horário eleitoral está garantido”, ressaltou. “Do ponto de vista jurídico, é a decisão correta porque ninguém pode censurar o uso da imagem”, explicou.

Diferentemente do que dizem os adversários direitistas, o advogado reforça que a coligação PT-PCdoB-Pros poderá utilizar o tempo do programa eleitoral de rádio e televisão para defender o direito de Lula se registrar como candidato.

“Ninguém pode censurar a narrativa política do PT. O Lula só não pode aparecer como candidato, mas o PT pode defender a candidatura. A decisão que indeferiu é reversível. Como poderiam dizer que o PT não pode defender?”, questionou.