Publicado 10/09/2018 12:55

"Não vejo preconceito no Brasil, sinceramente. Pertenci durante 50 anos a uma instituição na qual isso não existe. Durante a Segunda Guerra Mundial nós éramos a única divisão multiétnica. Os americanos tinham uma divisão só de negros, o que era um problema. Os ingleses tinham tropas de indianos. Você coloca muito bem que dos nossos mais de 60 mil homicídios 90% são homens que morrem e uma grande parte deles são uma população mais morena. Isso porque estão centrados nas comunidades mais carentes. Se não entrarmos nessas comunidades e dermos saúde, instrução, continuaremos eternamente nesse problema", disse.
O vice de Bolsonaro ainda disse que não vê distinção entre crime racial, feminicídi, por exemplo. "A verdade é a seguinte. Para mim, homicídio é homicídio. Não interessa se é homem negro, branco, pardo, amarelo ou mulher. Se é um homossexual ou não. É um homicídio", afirmou.
Na sua teses, as lei que estabelecem a motivação como qualificadores não deveria existir. "Em uma sociedade de massa, se não houver lei igual para todos, ou seja, a execução legal do direito, nós vamos para a barbárie", defendeu.
Recentemente, Mourão causou polêmica ao afirmar que o Brasil herdou "indolência" do índio e "malandragem" do africano. Posteriormente, disse ter se expressado mal.
Sobre a probabilidade de intervenção militar no Brasil em um futuro próximo, Mourão disse que não vê "nenhuma possibilidade de acontecer no momento". Mas no sábado (8), em entrevista à Globonews, Mourão falou em "autogolpe".
"A gente define como anarquia generalizada aquele momento em que o princípio de autoridade está totalmente desrespeitado, em que temos vandalizações generalizadas por todo o país, grupos armados, o que não é o caso que nós estamos vivendo", disse.
"Não é desejo de nenhum elemento das Forças Armadas. Não vejo nenhuma possibilidade de isso acontecer no momento", minimizou.
No entanto, Mourão voltou a fazer elogios ao período da ditadura no país que segundo ele, é criticado por falta de informação da pessoas.
"Era um regime autoritário. Houve um instrumento de exceção durante 10 anos, que era o ato institucional número cinco. Grupos armados tentaram atacar o estado para implantar outra ditadura. Houve excessos? Houve. Mas isso é guerra. E na guerra excessos acontecem", disse ele para justificar o uso da tortura e os assassinatos.