Líderes latino-americanos devem servir ao povo e não aos EUA, diz Evo

O presidente da Bolívia, Evo Morales, denunciou nesta terça-feira (25) que os líderes políticos latino-americanos responsáveis pelos projetos de garantiram soberania e dignidade ao povo hoje são alvo de perseguições judiciais. Ele citou os casos da Argentina, onde Cristina Kirchner está sendo investigada, do Equador, que Rafael Correa agora é alvo da justiça e do Brasil, o mais extremo dos casos porque o ex-presidente Lula está preso há cinco meses sem provas consistentes.

Evo Morales - Reuters

"Há sérios problemas na América Latina. Na Argentina, Brasil e Equador, os presidentes que costumavam ser fiadores da soberania e dignidade do povo agora estão sendo perseguidos politicamente", disse o presidente boliviano.

Em seu discurso, Evo se referia à presidenta argentina Cristina de Kirchner, à líder brasileira Dilma Rousseff e a Rafael Correa, do Equador, que perderam o poder e enfrentaram várias acusações da parte de novos governos apoiados pelos EUA.

Em pronunciamento na Assembleia Geral da ONU em Nova York, na quarta-feira (19), o chefe de Estado boliviano relatou que a "ampla campanha política" de Washington na América Latina é liderada por Mike Pence, vice-presidente dos Estados Unidos.

Além disso, ele advertiu que "na América Latina já não há golpes militares, mas sim golpes judiciais", que são "outro mecanismo usado pelos EUA para acabar com os presidentes anti-imperialistas".

“Se essas medidas forem ineficazes, Washington recorre a conspirar e fazer provocações. Caso tal medida também falhe, se opta por intervenção militar, como já se ouviu falar no caso da Venezuela”, explicou.

No entanto, Evo lembrou que as sugestões do Pentágono quanto ao uso da força contra Caracas no ano passado foram rejeitadas não apenas pelas nações latino-americanas, mas também por alguns países ocidentais da OTAN liderada pelos EUA, significando que "ameaças de invasão não levam a nada".

Evo também acredita que a verdadeira razão de os EUA quererem substituir o presidente da Venezuela e outros líderes "é o petróleo", e que os bolivianos devem "proteger seus recursos naturais".

Porém, ele ainda é otimista quanto ao futuro da América Latina, e espera que as pessoas entendam o que está acontecendo e reajam adequadamente para que "os presidentes estejam a serviço do povo e não dos interesses dos EUA".