Manuela: "O maior fake news é a de que a eleição está resolvida"

Propostas de governo ou posições dos candidatos sobre temas latentes da sociedade não são o foco da eleição presidencial. Fake news transformou esse debate em uma discussão rasa em que o candidato tem que usar o seu tempo de propaganda para desmontar a onda de falsa notícias propagada pelo adversário.

Manuela dAvila - Foto: Vangli Figueiredo | CIRCUS da UBES

Enquanto Jair Bolsonaro (PSL) foge do debate, Fernando Haddad (PT) enfrenta uma avalanche de fake news nas redes. Em encontro com professores em São Paulo, nesta-segunda (15), Haddad voltou a afirmar que Bolsonaro foge dos debates e que faz campanha fake news nas redes. "Lamento não poder debater com meu concorrente. A campanha dele é apenas baseada em mentiras por WhatsApp. Se você desligar o WhatsApp por cinco dias, o Bolsonaro some", declarou.

A estratégia covarde de Bolsonaro já produziu seus efeitos. A campanha de fake news contra Fernando Haddad tem obtido vitórias na justiça, como foi o caso do vídeo sobre o factoide do kit gay criado por Bolsonaro que o Tribunal Superior Eleitoral determinou a sua retirada das redes sociais. Mas o fato é que o estrago já tinha sido feito, pois o vídeo tinha mais de 500 mil visualizações.

"Além dos ataques associando o PT à corrupção, Haddad tem sofrido acusações de ordem pessoal que misturam preconceito, desinformação e falsidade sobre sexualidade, aborto, drogas e patrimônio", lembrou o colunista da CBN, Kennedy Alencar.

"No que se refere a fake news, Bolsonaro é o candidato mais beneficiado pelas mentiras enquanto o TSE assiste a tudo de camarote", completou o jornalista.

Para a candidata a vice-presidente na chapa de Haddad, Manuela d'Ávila (PCdoB), a maior de todas as fake news de Bolsonaro e de setores da direita conservadora é a tese de que a eleição já está definida.

"A máquina que está a serviço de Bolsonaro quer que fiquemos no sofá de casa, lamentando, aceitando a pauta deles ou fazendo avaliações sobre como poderia ser diferente", enfatizou Manuela.

E completa: "Em uma eleição como esta, 13 dias são uma eternidade. A vantagem do adversário é, como diz a canção de Geraldo Azevedo, uma pedra de gelo ao sol. Sejamos sol! Vamos à luta! Vamos às ruas! Vamos virar!".

Ela lembrou que a Justiça eleitoral proibiu Bolsonaro de propagar mentiras nas redes ao usar a expressão "kit gay" . "Ele sabe que nunca existiu, sabe que as professoras jamais distribuiriam, sabe que Haddad foi um ótimo ministro da educação. Mas prefere mentir e fugir dos debates", acrescentou.