Para Trump, sauditas acobertaram mal o assassinato de jornalista

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na terça-feira (23) que os sauditas fizeram o "pior acobertamento da história" no caso do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi

príncipe saudita e Donald Trump - Getty

O presidente Donald Trump disse na terça-feira (23) que as autoridades sauditas se envolveram no "pior encobrimento da história" após o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi no início de outubro, quando o governo norte-americano deu seu primeiro passo simplório para penalizar a Arábia Saudita, revogando vistos para seus agentes envolvidos no assassinato.

"Essa penalidade inicial foi modesta, já que 18 dos 21 suspeitos sauditas já estavam presos, e Trump disse que 'deixaria isso para o Congresso' determinar a melhor maneira de punir o reino pelo assassinato dentro de seu consulado em Istambul", critica em matéria o Washington Post

O governo turco não acusou diretamente a monarquia saudita pelo envolvimento com o assassinato, mas evidenciou que a investigação feita pelos sauditas não foi longe o suficiente para atingir o alto escalão do governo da Arábia Saudita. 

Recep Erdogan, presidente turco, descreveu uma operação em que agentes sauditas removeram o disco rígido de uma câmera do consulado e uma equipe visitou áreas arborizadas dentro e nos arredores de Istambul “para reconhecimento” antes do assassinato. Essas foram áreas onde a polícia turca mais tarde procurou o corpo de Khashoggi.

Para Donald Trump, os sauditas "tinham um conceito original muito ruim, foi mal feito, e o acobertamento foi o pior na história dos acobertamentos". O presidente norte-americano acrescentou: "Em termos do que vamos fazer, eu vou deixar – em conjunto comigo – vou deixar isso para o Congresso".

O Washington Post ainda escreveu: ""O caso de Khashoggi envergonhou a administração Trump, que considera o príncipe herdeiro como um dos seus aliados árabes mais próximos e a Arábia Saudita como uma pedra angular da estratégia dos EUA para combater o Irã".

Nesta quarta-feira (24), o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman descreveu como “incidente hediondo” o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, sua primeira reação pública ao caso.