PCdoB, PDT e PSB articulam bloco de oposição na Câmara

Após a eleição de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da República, líderes do PCdoB, PDT e PSB têm se reunido para articular a formação de um bloco de oposição na Câmara. Para o líder comunista, deputado Orlando Silva (SP), a oposição deve buscar coesão e evitar “hegemonismos”.

Por Christiane Peres

Orlando Silva - Richard Silva/PCdoB na Câmara

“Esperamos que partidos de esquerda como o PT, PSol, e outros partidos, possam se somar no campo de oposição. Mas queremos um coesionamento sem hegemonismos, porque não adianta um partido querer se sobrepor aos outros. Hegemonismos e exclusivismos são uma parte da explicação ao desastre político que nós vivemos hoje”, afirmou o parlamentar nesta terça-feira (30).

Para Orlando Silva, o alinhamento da oposição é fundamental para garantir uma resistência eficaz ao governo de Bolsonaro. Segundo o parlamentar, a primeira ação desta oposição será questionar a omissão do presidente eleito durante o processo eleitoral.

“Tenho dito que é um presidente fake. É um presidente que não apresentou suas ideias ao Brasil. É um presidente que foi eleito se esquivando do debate, de apresentar suas ideias para o país. A primeira questão que temos como oposição é fazer uma crítica contundente a essa omissão que o líder político Jair Bolsonaro teve durante todo o processo eleitoral. A segunda é que temos que avaliar concretamente cada iniciativa que o novo governo apresentar”, afirmou.

Sobre as ameaças feitas por Bolsonaro à esquerda durante toda a campanha, Orlando Silva afirmou que a oposição não irá se “acovardar”.

“Mais que nunca terá de ser aguerrida, coesa, que dialogue com a luta popular, com os movimentos sociais, pois a resposta que daremos a qualquer sinalização autoritária é fazer a defesa mais radical da democracia, da ampliação da participação do nosso povo. A oposição não pode se acovardar diante de provocações, diante de movimentos que alguns tentam fazer para transformar o medo numa constante a vida brasileira. Vamos enfrentar com serenidade, objetividade, e com a consciência do papel que tem a oposição para o Brasil romper esse momento de crise”, concluiu.