Leonardo Boff afirma que Lula é um preso político numa solitária
O Frei Leonardo Boff fez uma visita religiosa à Lula na sede da Polícia Federal e voltou a afirmar a condição de preso político do ex-presidente. Segundo ele, Lula tinha expectativa de ser solto após s eleições, no entanto, seu futuro agora é ainda mais incerto em função de seu algoz, Sergio Moro, assumir o Ministério da Justiça do governo Bolsonaro.
Publicado 19/11/2018 19:01
Em entrevista ao Brasil de Fato, Leonardo Boff disse que Lula reafirmou sua inocência e pe-diu que o religioso desafiasse Sergio Moro, agora ex-juiz e futuro Ministro da Justiça, a apre-sentar um argumento consistente para sua condenação. Lula disse a Boff o que tem falado em todas as ocasiões em que se referiu ao processo que o condenou e cuja materialidade tem sido contestada por juristas do mundo inteiro: “Nunca roubei nada”.
Segundo Leonardo Boff, Lula está protegido na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, mas não sabe por quanto tempo. O ex-presidente imagina ser libertado após às eleições, já que sua prisão arbitrária teve o propósito de limitar seu papel político no processo eleitoral. Boff avalia, en-tretanto, que o futuro do ex-presidente é incerto, já que o ex-juiz Sergio Moro poderá “gerar mais obstáculos” quando assumir o Ministério da Justiça do governo de Jair Bolsonaro.
“Ele é um preso político, vivendo isolado, numa solitária”, enfatizou Leonardo Boff. Ele disse que quando o visitou pela primeira vez, em maio, Lula chorava e o abraçava porque era a primeira vez que via alguém além de filhos e advogado. Boff avalia que o ex-presidente sente falta de conversar com o povo, como fazia com frequência e considera que a manutenção de sua prisão tem o objetivo de leva-lo a perder o equilíbrio interior, eventualmente até se suicidar. Mas, informou Boff, Lula diz: “Olha, quem viu parte da família morrer de fome, eu quase morri de fome, passei todas as misérias do mundo, isso aqui pra mim é um refresco, estou aqui dentro estudando, meditando, seguindo”. A condição em que Lula se encontro, leva Leonardo Boff a concluir que o Brasil se encontro sob um regime de exceção, em total arbítrio, sem Constituição, sem leis. “Não é uma democracia de baixa intensidade, mas a negação da democracia”, ressaltou.