PCdoB e PPL se unem para fortalecer resistência democrática
Neste 1º de dezembro, em São Paulo, o PCdoB e o PPL aprovaram em suas instâncias de direção a união entre as duas legendas, “cujo encaminhamento prático, legal, é a incorporação do PPL ao PCdoB”, conforme nota divulgada pelas presidências dos dois partidos. Essa unidade visa a fortalecer a resistência democrática e a oposição ao governo Bolsonaro. Neste domingo, 2 de dezembro, em São Paulo, haverá uma reunião conjunta das direções das duas siglas que deverá aclamar a unidade firmada.
Publicado 01/12/2018 21:42
As decisões que selaram, neste 1º de dezembro (do Comitê Central do PCdoB e do Congresso extraordinário do PPL), a união entre o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e o Partido Pátria Livre (PPL) foram precedidas de conversações entre as direções das duas legendas, iniciadas após o segundo turno das eleições presidenciais, em outubro último. Nesses contatos evidenciou-se uma leitura política convergente sobre o Brasil que emergiu das eleições de 2018 e acerca dos novos desafios e responsabilidades das forças progressistas, além de afinidades programáticas entre os dois partidos.
Essa leitura comum do Brasil pós-eleições foi, sinteticamente, divulgada no último 26, em nota à imprensa assinada pela presidenta do PCdoB, Luciana Santos, e pelo presidente do PPL, Sérgio Rubens.
No seu Informe Político feito na abertura da reunião do Comitê Central, na noite de ontem, sexta-feira, 30 de novembro, Luciana Santos reiterou os termos dessa nota para embasar a defesa que fez da aprovação da incorporação do PPL ao PCdoB. Salientou, também, que as conversações que propiciaram esse processo de união se deram em elevado nível político.
Em linhas gerais, Luciana Santos destacou que o PCdoB e o PPL comungam da análise de que, com a vitória de Jair Bolsonaro, da extrema-direita, nas eleições presidenciais, o Brasil passou a viver um novo ciclo político. Ciclo político no qual estarão sob forte ameaça a democracia, a soberania nacional e os direitos da classe trabalhadora.
Destacou, também, que há uma visão tática confluente para se atuar nessa perigosa realidade. Impõe-se, “sem hegemonismos nem imposições” a união das mais amplas forças políticas, sociais, econômicas e culturais para se empreender a resistência, exercer a oposição. As forças de esquerda e demais setores progressistas da sociedade são chamados a desempenhar relevante papel na agregação das oposições, tendo como convergência a defesa da democracia, da Constituição de 1988, dos interesses do Brasil, dos direitos da classe trabalhadora.
Tendo como ponto de partida essa análise comum, o PCdoB e o PPL, disse Luciana, desencadearam um elevado diálogo político-programático, buscando uma solução política e jurídica para atender às exigências, na forma da lei, de superação da cláusula de desempenho e assim criar as condições para que sigam desempenhando um papel relevante na resistência democrática e na busca de soluções de fundo para que o Brasil se torne uma nação próspera, democrática, soberana e socialista.
De comum acordo, as direções das duas legendas concluíram, então, que o caminho para que possam cumprir seus compromissos e responsabilidades perante a Nação e a classe trabalhadora, é o da unidade, cujo encaminhamento prático, legal e viável é a incorporação do PPL ao PCdoB. Processo esse assentado na legislação e nos estatutos das duas legendas.
Para concretizar esse processo, neste 1º de dezembro de 2018, numa decisão congressual, o Partido Pátria Livre (PPL) decidiu unir-se ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Por sua vez, nesta mesma data, o CC do PCdoB aprovou a incorporação do PPL. O PCdoB manterá seu nome, símbolo, estatutos e programa.
O Comitê Central também convocou um Congresso extraordinário para se realizar em 17 de março, na cidade de São Paulo, quando elegerá um novo Comitê Central. Para atender ao que exige a lei, o Congresso Extraordinário do PCdoB se realizará em sessão conjunta com o Congresso do PPL.
A direção nacional do PCdoB aprovou ainda um projeto de resolução com a nominata da nova direção nacional, que será deliberada na reunião conjunta, já mencionada, dos congressos das duas legendas. Essa nominata é constituída de 170 nomes, dos quais, 130 são os atuais membros do Comitê Central e 40 oriundos de indicação pelo PPL.
No dia 2 dezembro, na cidade de São Paulo, como parte desse rito político e jurídico, os dois partidos realizarão uma sessão conjunta do Comitê Central do PCdoB e do Congresso Extraordinário do PPL, na qual deverá ser aclamada a união do PPL ao PCdoB acompanhada de um pronunciamento político das presidências das duas legendas e de outras lideranças.