Luciana Santos defende ampla unidade contra o governo Bolsonaro
Ao abrir a reunião do Comitê Central do PCdoB, que se iniciou nesta sexta-feira (30) e continua no sábado (1º), a deputada Luciana Santos, presidenta nacional do partido, apresentou um informe político em que propôs a união de amplas forças em defesa da democracia, da soberania nacional e dos direitos. Luciana falou também sobre o processo de união entre seu partido e o Partido Pátria Livre (PPL) com vistas a superar cláusula de barreira e fortalecer a resistência democrática.
Publicado 30/11/2018 23:44
Ao analisar situação nacional resultante das eleições, Luciana considera que o quadro político sofrerá profunda mudança na medida em que assumirá um “governo de caráter, ultraliberal na economia, autoritário na política, e conservador nos costumes”, cuja agenda contraria os interesses dos brasileiros e afeta a soberania do país. Para a dirigente comunista “o pacto firmado com base na Constituição de 1988 está colocado em xeque”.
Diante do cenário desafiador, a presidenta do PCdoB defende “a união de amplas forças, políticas, sociais e culturais com vistas a criar um movimento em defesa da democracia, da soberania e dos direitos” Para ela, deve-se realizar um esforço no sentido de convergir todos democratas, tendo como centro a defesa da democracia e do Pacto Constitucional de 1988. Para a dirigente comunista “na Carta Magna estão os fundamentos do processo civilizatório da nação brasileira, a síntese dos elementos progressistas que superaram etapas históricas e derrotaram governos autoritários e regimes ditatoriais”.
Luciana acredita que “será uma resistência que se desenvolverá nas lutas, no debate de ideias, no fundamental embate do movimento social e nos âmbitos institucionais em que atuamos, com destaque para o parlamento”. A deputada afirmou para a direção nacional de seu partido que a oposição a Bolsonaro terá êxito na medida da amplitude que venha a ter sua composição e sua ação. “O importante é criar convergência com amplos setores, com visões dispares em alguns aspectos, uma frente heterogênea, que aglutine um amplo leque de forças políticas, sociais, econômicas, culturais, com o objetivo de impedir retrocessos democráticos”, enfatizou. Ela acredita que “o grande desafio deste amplo movimento deve ser a defesa do estado democrático de direito, como pré-condição para se estabelecer o debate sobre as propostas para tirar o país da crise econômica e política”,
Ao falar sobre o processo de união do PCdoB com o PPL, Luciana afirmou que os partidos se movimentam em busca de soluções políticas e jurídicas que superem os efeitos restritivos da cláusula de barreira. Segundo Luciana, superar esses desafios é importante para que as duas legendas possam melhor desempenhar suas responsabilidades assumidas com a nação e a classe trabalhadora. Para tanto, os dois partidos iniciaram “um diálogo político-programático buscando uma solução política e jurídica para atender às exigências, na forma da lei, de superação da cláusula de barreira”.
Luciana afirmou que “as direções dos dois partidos concluíram pela unidade, cujo encaminhamento prático, legal e viável é a incorporação do PPL ao PCdoB”. Ela informou que os dirigentes acordaram, com base na legislação e nos estatutos partidários, que o processo se efetivará simultaneamente em suas instâncias de decisão e deliberação. Para tanto, o Comitê Central do PCdoB deverá aprovar, neste sábado, a unidade entre as duas agremiações. O mesmo deverá fazer o PPL, em decisão a ser tomada no Congresso que se realiza na mesma data da reunião dos comunistas.