Deputados criticam Bolsonaro por defender patrões
Na avaliação de parlamentares comunistas, o resultado da Reforma Trabalhista (Lei 13.467/17) do presidente ilegítimo Michel Temer foi o aumento de 2 milhões no número de trabalhadores informais. É um absurdo Bolsonaro querer aprofundar essa legislação a partir de 2019.
Publicado 05/12/2018 16:58
“É horrível ser patrão no Brasil”, afirmou o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL-RJ) em reunião com a bancada do MDB na terça-feira (4), conforme matéria do Jornal O Globo. À imprensa, disse que “continua sendo muito difícil ser patrão no Brasil”, sinalizando que pretende intensificar ainda mais a Reforma Trabalhista. Essa legislação já alterou mais de 120 itens da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) no ano passado.
À frente da Bancada do PCdoB na Câmara, o deputado Orlando Silva (SP) condenou a postura de Bolsonaro que ignora a realidade dura dos trabalhadores brasileiros. De acordo com dados recentes do IBGE, há 11,6 milhões de empregados do setor privado sem carteira assinada, sem contar os que trabalham por conta própria. Existem ainda 12,4 milhões de desocupados, 27,2 milhões de subutilizados e 4,7 milhões de desalentados que nem procuram mais emprego, porque sabem da dificuldade de conseguir.
“O resultado direto da Reforma Trabalhista de Temer foi levar 2 milhões a mais de trabalhadores para a informalidade. E pior é que Bolsonaro diz que difícil é a vida dos patrões. Temer e Bolsonaro são duas faces da mesma moeda: gatinhos para afagar poderosos; leões para atacar o povo”, avaliou Orlando.
Outro indicativo de que Bolsonaro é contra trabalhador é a confirmação de que pretende acabar com o Ministério do Trabalho. Para a vice-líder do PCdoB na Câmara, deputada Alice Portugal (BA), esse fato é uma agressão contra quem trabalha no país.
“Extinguir uma pasta tão importante como essa é uma mutilação do Estado brasileiro e um ataque cruel aos direitos trabalhistas conquistados com muita luta. Continuaremos ao lado dos trabalhadores brasileiros contra este grande retrocesso”, diz Alice Portugal.
Futuro chefe da Casa Civil e coordenador da transição do governo Bolsonaro, Onyx Lorenzoni afirmou em entrevista nesta semana que Ministério do Trabalho será dividido entre Justiça, Economia e Cidadania. Com essa decisão, o próximo governo deverá ter 22 pastas no primeiro escalão. Até o momento, o futuro presidente já anunciou 20 ministros e deve definir nos próximos dias os titulares das pastas do Meio Ambiente e dos Direitos Humanos.