Há cinco anos morria Nelson Mandela
Ex-guerrilheiro e ex-presidente da África do Sul foi o principal líder da luta contra o Apartheid.
Publicado 05/12/2018 10:11
Advogado, guerrilheiro, presidente. Nesta quarta-feira (5), o mundo celebra o legado do sul-africano Nelson Mandela, um dos maiores nomes da luta contra o racismo no século 20 e principal responsável pelo fim do regime de segregação conhecido como Apartheid.
Mandela nasceu em 1918, na atual província de Cabo Leste, e viveu 27 de seus 95 anos de vida na prisão – vítima da extrema direita branca que governou o África do Sul na década de 1950.
Coincidência
O dia 5 de dezembro, em que se relembra sua morte, coincide com a data de uma das várias prisões políticas de Mandela. Cinquenta e sete anos antes, ele foi levado à força na frente da mulher e dos filhos. Outras 144 pessoas foram detidas pela polícia sul-africana no mesmo dia. O que havia em comum entre elas era a não conformidade com a truculência do regime.
Clandestinidade
Ser detido, apenas por questionar o Apartheid, não era novidade naquela época. Presidente do Congresso Nacional Africano (CNA), o jovem advogado assistia horrorizado ao aumento da violência política em seu país. A situação chegou ao limite em março de 1960, quando a polícia assassinou 70 pessoas que protestavam contra uma lei que privava os negros do direito de ir e vir.
Mandela, então, criou o braço armado do CNA, o "Lança de uma Nação". O trabalho na clandestinidade durou até 11 de junho de 1963, quando o líder guerrilheiro foi encontrado em seu esconderijo e preso novamente. Até 1982, ele ocuparia a cela 466/64, de 2,5 metros por 2,1 metros em uma prisão da Ilha Robbem, na baía da Mesa. Nos oito anos seguintes, cumpriu pena na Cidade do Cabo. Solto em 1990, tornou-se uma referência internacional contra a discriminação racial.
Mas não parou por aí. Em 1993, recebeu o Prêmio Nobel da Paz e lançou candidatura a presidência da África do Sul. No ano seguinte, foi eleito com 62% dos votos – o primeiro presidente sul-africano que chegou ao poder pelo sufrágio universal.
Como chefe de Estado, foi questionado por todos os lados. Como líder da luta contra a segregação, jamais. Se as feridas do Apartheid continuam abertas, ninguém fez mais que Nelson Mandela para mostrá-las ao mundo.