Jesualdo Farias: Educação para os jovens e para o bem do País

"Para atingir a meta 12 do Plano Nacional de Educação o Brasil precisará ter 11,3 milhões de estudantes na educação superior em 2024. Deverão ser garantidas cerca de três milhões de novas matrículas, das quais pelo menos 700 mil nas universidades federais. Com o advento da EC 95/2016 e a entrega do pré-sal ao capital estrangeiro será impossível garantir que pelo menos um terço dos jovens de 18 a 24 anos estejam na educação superior até 2024”.

Jesualdo Farias*

Educação - Divulgação

No período de 2003 a 2015, foram criadas no Brasil 18 universidades federais e 179 Campi universitários, incluindo mais 176 municípios na matriz da educação superior pública federal. As 550 mil novas matrículas na graduação, sendo 60 mil na modalidade à distância, e as 95 mil na pós-graduação, resultaram em aumento de 116% no total de estudantes. Ressalta-se que esta expansão, ao contrário do que preconizavam os críticos, não causou queda de qualidade. Ao contrário, o ensino de graduação e pós-graduação avançou em todos os índices de avaliação do Inep e da Capes.

Destacam-se ainda as políticas de acesso, inclusão e permanência, que transformaram uma universidade elitista e concentrada nas grandes cidades em uma universidade nova, presente no Interior do País, com visível diversidade e aberta aos jovens egressos da escola pública e das classes econômicas historicamente excluídas da educação superior. Este processo resultou também na redução das assimetrias entre unidades da federação e dentro de cada uma delas, fomentando o desenvolvimento regional com base na educação e no conhecimento.

De acordo com estudos realizados pela Associação dos Reitores (Andifes), mais da metade dos estudantes das universidades federais (51,42%) têm renda de até três salários mínimos e 60,59% têm renda de até cinco salários mínimos. Outro dado importante, que reflete o sucesso das políticas de inclusão, é que 64,0% dos estudantes matriculados nas universidades federais são egressos da escola pública.

Para atingir a meta 12 do Plano Nacional de Educação o Brasil precisará ter 11,3 milhões de estudantes na educação superior em 2024. Deverão ser garantidas cerca de três milhões de novas matrículas, das quais pelo menos 700 mil nas universidades federais. Com o advento da EC 95/2016 e a entrega do pré-sal ao capital estrangeiro será impossível garantir que pelo menos um terço dos jovens de 18 a 24 anos estejam na educação superior até 2024.

Assim, o Brasil estará disputando a lanterna nos rankings de competitividade internacional e condenando os seus jovens ao desemprego e à desesperança.

*Jesualdo Farias é professor titular da UFC.

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