Perigo na capital: São Paulo tem barragens com alto risco de danos

A tragédia de Brumadinho já contabiliza 150 mortes e 238 pessoas desaparecidas. Além disso, a Defesa Civil de Minas Gerais informou que há muitas pessoas desabrigadas ou desalojadas. O que muitos não sabem é que existem barragens em grandes capitais, como São Paulo.

Por Maria Fernanda Garcia, via Observatorio do Terceiro Setor

Barragem de Pedreira Juruaçu

A maior barragem de mineração da cidade de São Paulo, localizada no bairro de Perus, zona norte da capital, tem uma estrutura considerada de baixo risco. Mas, pelo volume armazenado, se ela romper, o risco de danos é alto, segundo a Agência Nacional de Mineração (ANM). No bairro, existe outra barragem também.

Técnicos da ANM inspecionaram as duas barragens em 2017 e constataram uma série de irregularidades. No laudo, os técnicos apontaram que a barragem de Pedreira Juruaçu não possuía mapa de inundação, essencial para alertar a população em caso de acidente. A empresa Embu S/A é responsável pela barragem.

Em relação à barragem de Clarificação, também localizada em Perus, da administradora Territorial São Paulo Mineração S/A, o relatório apontou infiltração, sinais de erosão e falta de sistema de drenagem. Por causa das irregularidades, a ANM mudou a classificação da barragem de baixo para médio risco, na categoria de risco de rompimento. A mesma categoria das barragens que causaram as tragédias de Brumadinho e Mariana, ambas em Minas Gerais.

O Brasil possui um cadastro com 24.092 barragens para diferentes finalidades, como acúmulo de água, de rejeitos de minérios ou industriais e para geração de energia. 3.545 foram classificadas pelos agentes fiscalizadores segundo a Categoria de Risco (CRI) e 5.459 quanto ao Dano Potencial Associado (DPA). Das barragens cadastradas, 723 (ou 3%) foram classificadas simultaneamente como de CRI e DPA altos.