PCdoB: Enchentes e má gestão deixam São Paulo à deriva 

Rios e córregos transbordando, desabamentos e desmoronamentos, queda de árvores e pontos de alagamento, ruas e casas tomadas pela água, morte de pessoas. Este é o triste cenário da cidade de São Paulo neste verão – um cenário causado pelos índices atípicos de chuva, mas agravado pela omissão dos governos estadual e municipal.

Exemplo do descaso é que, de 2016 a 2018, as duas gestões investiram apenas 41% do orçamento previsto para piscinões, canalizações de córrego e sistemas de drenagem. Desde segunda-feira (11), 13 pessoas morreram na capital e na região metropolitana em decorrência das enchentes. Cerca de 1.300 famílias foram duramente atingidas. Ao caos na Grande São Paulo se soma o desleixo dos principais governantes – o prefeito paulistano, Bruno Covas, e o governador do estado, João Dória, ambos do PSDB.

Em constrangedora entrevista à Globo News, Doria não conseguiu apresentar uma única medida tomada pelo governo paulista para reverter o caos e se limitou a sugerir que a população evitasse sair de casa apenas. Já Covas – que chegou a pedir sete dias de folga em meio à tragédia e se viu forçado a voltar atrás – deu a entender que os problemas vão continuar, pois as chuvas não cessarão. O prefeito, porém, não sinalizou novas estratégias e operações para reduzir os danos e assistir às famílias em área de risco.

Em resumo: sem políticas públicas e sem sensibilidade nenhuma, os dois governantes revelam que suas gestões não estão preparadas para uma situação tão emergencial. Em governos voltados às privatizações, falta tempo e falta preocupação para enxergar as demandas e os flagelos sociais.

Não se pode prever com precisão a intensidade das chuvas, mas é possível – e é um dever do Poder Público – organizar operações preventivas para não deixar São Paulo à deriva. Pelo visto, infelizmente, as enchentes vão continuar. A cidade continuará a viver uma combinação sem precedentes de caos, destruição e abandono.