Humberto Costa: Bolsonaro festeja morte e sumiço de vítimas do golpe

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), disse que é preciso repudiar o ato de Bolsonaro em recomendar comemorações, no dia 31 de março, em homenagem ao golpe militar de 1964. Com base nos dados da Comissão da Verdade, o senador diz que o presidente festeja a morte e desaparecimento de 434 opositores do regime e oito mil indígenas.

Humberto Costa - Waldemir Barreto/Agência Senado

Além disso, ele destacou durante o período as prisões ilícitas, torturas e violações sexuais de 30 a 50 mil pessoas.

“Todos crimes bárbaros investigados e identificados pela Comissão da Verdade, formada por pessoas da mais alta respeitabilidade jurídica e social no período do Governo Dilma Rousseff”, lembrou.

Segundo ele, foram crimes perpetrados, de modo sistemático, como política de governo decidida em altos escalões, com a participação dos presidentes da República à época. “Comemorar isso é um ultraje à memória nacional”, disse.

“Bolsonaro estimula, com as suas palavras, com os seus atos, um Estado autoritário, o mesmo que condena sem provas, que prende sem fundamentação, o Estado policial, com participação ativa de integrantes do Ministério Público e do Poder Judiciário”, diz o senador, referindo-se ao ex-presidente Lula, vítima de um sistema de perseguição política sem observância e sem respeito à lei.

Humberto Costa diz que Lula e sua família tiveram as suas vidas devassadas. “Foram feitas prisões arbitrárias para incriminá-lo, delatores foram torturados para denunciá-lo, inventaram provas, desconsideraram a defesa, condenaram-no injustamente para suprimir a sua liderança política, caçaram a sua candidatura à Presidência da República, proibiram-no de dar entrevistas, impediram o cumprimento de um habeas corpus em seu favor”.

Por fim, o senador diz aguardar que Bolsonaro, em algum momento, se dê conta de como ele está parado no tempo. “O Brasil não quer viver mais desse tipo de lembrança”, afirmou.