Marcha do silêncio: o luto e a luta

 

Marcha do silêncio

Silêncio. Palavra ambígua. Sentimentos controversos. Eu me calo de medo? Eu me calo porque voce me dá medo? Eu me calo porque minha opinião não é igual a sua? Eu me calo para você não me matar. 

Silêncio. Palavra ambígua. Eu me calo em respeito. Eu me calo para lembrar de vc. Eu me calo porque te mataram e eu estou triste. 
 
2 momentos históricos, razões diferentes nos fazem calar.
 
1 de abril de 1964. Tempo infeliz da nosso história. Amigos presos, amigos fugindo assim, para nunca mais.
 
1 de abril de 2019. Relembrar, recordar, acender a vela, olhar para frente na marcha silenciosa. Silêncio de respeito, de luto, de saudade, de indignação. 
 
A marcha do silêncio, programada para sair às 16 h desta segunda (1) da Secultfor, onde fica o Museu dos Mortos, é uma grande homenagem que os cearenses prestam às vítimas da ditadura militar. Teodoro, Custódio, Tito, Jana, Bergson, Pedro Jerônimo…calados brutalmente. Tanta força bruta.
 
O destino é a casa de Frei Tito. Tudo muito simples, não tem ato show, não tem carro de som. Apenas um grande silêncio e talvez uma lágrima que caia aqui e acolá. Não há o que celebrar. Calada a voz, porque chora o peito.  Apenas o silêncio do lamento. Da homenagem. Da memória viva. Do amor pelo país.
Silêncio, para que nunca mais aconteça.