Lideranças condenam fuzilamento no Rio por militares do Exército
Diversas lideranças políticas reagiram com indignação o assassinato do músico Evaldo Rosas dos Santos, 51 anos, na tarde do domingo (7), no Rio de Janeiro. O carro da família, conduzido por Evaldo, foi fuzilado por 80 disparos feitos por militares do Exército deixando duas pessoas feridas.
Publicado 08/04/2019 11:50

Além do músico, estavam no veículo cinco passageiros que se dirigiam para um chá de bebê. As investigações apontam que os militares confundiram o carro de Evaldo com os de bandidos.
“Um dia de domingo: cidadão é fuzilado por ´equívoco`; mulher é agredida por três homens em face de posições políticas; jornalista da TV é ameaçado de morte em razão de reportagem. Essa é uma característica do ethos fascista: a violência”, afirmou no Twitter o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB).
Ele fez referência a agressão sofrida por uma manifestante pró-Lula por três homens que defendiam a Operação Lava Jato em ato público na avenida Paulista. O governador também lamentou uma ameaça de morte que recebeu o jornalista da Globo Carlos de Lannoy por conta da reportagem sobre o fuzilamento no Rio.
Segundo o governador, um projeto nacional de bem-viver deve ter como meta superar o ódio entre os brasileiros e brasileiras, promover a união em busca de um destino comum, respeitar as diferenças e lutar contra as desigualdades que explicam fuzilamentos por `equívoco`.
Para a líder da Minoria na Câmara dos Deputados, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), essa não é segurança que o Rio precisa. “Combater o crime não pode ser carta branca para fuzilamentos. Passamos de ´bandido bom é bandido morto´ para ´todo mundo é bandido`. E adivinhem quem são os principais alvos dessa política desastrosa?”, questionou.
“80 tiros! Sim, 80 tiros. Foi o que o Exército fez contra o carro de uma família em Guadalupe, no Rio. Confundiram com ´criminosos`. Havia no carro uma criança de sete anos. O pai, Evaldo dos Santos Rosa, músico, morreu na hora. Ah, sim, eram negros. Até quando?”, disse Guilherme Boulos, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e ex-candidato à Presidência da República.