Divergência sobre privatizações afasta dirigentes da Petrobras 

Petrobras quer vender todos seus gasodutos e participações em distribuidoras de gás estaduais.

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O site Poder360 informa que adversários do plano do governo para setor de gás deixam a Petrobras. Segundo a matéria, por conta de divergências ao plano do governo de por fim no monopólio da Petrobras no setor de gás natural, o gerente-executivo do setor na estatal, Marcelo Cruz, deixará o cargo na holding. O professor Luciano de Castro também foi dispensado.

Segundo a empresa, diz o Poder360, Marcelo foi convidado pelo novo presidente da BR Distribuidora, Rafael Grisolia, para trabalhar na empresa. Não há previsão de qual será a função exata do executivo na subsidiária de distribuição de combustíveis.

Há quase 14 anos na Petrobras, Cruz exerce funções de liderança na empresa desde 2010. Antes, o executivo trabalhou no IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis) e no ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), de acordo com o Poder360.

A Petrobras não confirmou a saída de Luciano de Castro. O Poder360 diz que apurou, entretanto, que o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, dispensou o economista da função de assessor especial na área de gás natural.

O economista foi um dos cerca de 40 especialistas que contribuíram o plano econômico de Jair Bolsonaro em 2018. Durante a montagem do governo, Castro chegou a ser listado como possível ocupante do Ministério de Minas e Energia, depois preenchido pelo almirante Bento Albuquerque.

Turma das privatizações

Os 2 eram vistos como 1 foco de resistência às mudanças estudadas para o setor de gás, segundo o Poder360. Pelo plano em estudo, ao qual o Poder360  diz que teve acesso, a Petrobras se comprometeria a vender todos seus gasodutos e participações em distribuidoras de gás estaduais.

O objetivo é promover uma redução de até 50% no preço do combustível, segundo o ministro Paulo Guedes (Economia). O estudo foi encomendada por Guedes ao economista Carlos Langoni em novembro de 2018. Da turma dos Chicago Oldies — o grupo das privatizações —, Langoni é ex-presidente do Banco Central e diretor do Centro de Economia Mundial, ligado à FGV (Fundação Getúlio Vargas).

O economista também é responsável por apresentar as ações ao ministro almirante Bento Albuquerque (Minas e Energia), aos técnicos do MME, à Petrobras, ao Cade e aos governadores estaduais.