Movimento sem-teto compra na Havan e paga com cheque simbólico

Ato teve como alvo a "reforma" da Previdência.

Havan

Manifestantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) protestaram na manhã desta quinta-feira (4) em uma loja da Havan no Itaquá Garden Shopping, em Itaquaquecetuba, na Grande SP. Em nota, a loja chamou a ação de ilegal e lamentável.

A ação ocorreu principalmente em protesto contra o dono da rede varejista, Luciano Hang, empresário na linha de frente entre os apoiadores do governo Jair Bolsonaro, e contra a "reforma" da Previdência. A informação é do jjornal Folha de S. Paulo.

O protesto foi rápido, segunda Folha. Os sem-teto chegaram pouco antes das 11h e encheram seus carrinhos com roupas, travesseiros, edredons e toalhas. Os funcionários da loja estranharam a chegada repentina no alto número de clientes, alguns com bonés da CUT (Central Única dos Trabalhadores), e acompanharam a ação, diz a m,atéria.

O grupo se dirigiu aos caixas. Na hora de pagar, ergueram um cheque gigante, simbólico, no valor de R$ 168 milhões, em nome do "povo brasileiro", "assinado" por Luciano Hang.

O valor refere-se a um cálculo de 2004 feito pelo Ministério Público Federal de dívidas que o empresário tinha, à época, com a Receita Federal e o INSS.

O grupo ergueu cartazes contra Hang, entoou um lema do MTST ("Aqui está o povo sem medo, sem medo de lutar") e disse que deixaria os produtos "comprados" como forma de "cortesia". Eles não levaram nada.

Coordenador do MTST, Josué Rocha diz que o protesto contra a "reforma" da previdência mirou o empresário porque "o Luciano Hang é um dos maiores defensores dessa proposta, apesar de ser um dos grandes devedores da Previdência Social."

"A gente tá aqui mostrando a contradição que é um grande empresário, uma pessoa rica, defender a reforma da previdência que vai acabar com o direito de um povo pobre. É por isso que o povo veio hoje até a Havan fazer uma compra e pagar com a dívida do Luciano", afirma.

"A ideia era fazer uma ocupação simbólica, com um povo que geralmente não acessa, não frequenta esse lugar", continuou.