Agrava-se o impasse entre o brexit da Inglaterra e a União Europeia
O voto de quinta-feira dos deputados britânicos deixa o novo primeiro-ministro de mãos amarradas. Qualquer que seja o vencedor, não poderá suspender o Parlamento para forçar uma saída da União Europeia (UE) sem acordo. Mais de metade da Casa dos Comuns votou pela medida, incluindo vários deputados conservadores.
Publicado 19/07/2019 17:35

Boris Johnson, que muito provavelmente será o novo primeiro-ministro, comprometeu-se a deixar a UE, com ou sem um acordo, em 31 de outubro.
"Eu não quero colocar um prazo, exceto dizer que quero sair bem antes da próxima eleição. O crucial é sair em 31 de outubro, certificar de que deixamos a ordem jurídica da UE. Em seguida, qualquer negociação que façamos sobre o acordo de livre comércio, como já disse, não deve demorar mais de um ano – ou um par de anos – e, depois, sair bem antes da próxima eleição," declarou o candidato à liderança do Partido Conservador, Boris Johnson.
De Bruxelas, o primeiro vice-presidente da Comissão Europeia, Franz Timmermans, colocou achas na fogueira. Esta quinta-feira, foi difundida uma entrevista, realizada no início deste ano, onde Timmermans ridiculariza os negociadores britânicos que iniciaram as conversações para o Brexit em 2017.
"A primeira vez que vi declarações públicas de David Davis e eu vi que não se chegava à frente, não negociava e andava a armar-se em bom. Eu pensei, "oh meu Deus, eles não têm um plano. não existe plano nenhum". Francamente, fiquei muito chocado, porque o potencial de dano de não se ter um plano, você sabe. Vemos o tempo a esgotar-se e não há um plano. É como o Lance Corporal Jones (do programa da TV britânica Dad's Army), "não entrem em pânico, não entrem em pânico", enquanto correm como idiotas," afirmou o primeiro vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, na entrevista.
A Agência de Responsabilidade Orçamental Britânica disse que a Grã-Bretanha pode estar entrar numa recessão que poderia piorar com uma saída da UE sem acordo, causando um impacto de 33 mil milhões de euros nas finanças públicas – Colocando ainda mais pressão sobre o próximo inquilino de Downing Street.
A informação é da Euronews