Do sangue indígena que escorre…

O povo Wãiapi ou "Wajãpi", por mais de duzentos anos, ocupa vasta área na parte oeste do Amapá e que se estende até a Guiana Francesa. Teimosos, valentes e resistentes, a gente wãiapi sobrevive!Segundo dados do Instituto Sócioambiental (disponível na internet) ainda restam 1221 desses indivíduos no Brasil e; 950 na Guiana Francesa.

*Por Ângelo Cavalcante

Bolsonaro Ruralistas - Foto: Alan Santos/PR/Agência Brasil

Profundos conhecedores da geografia e do relevo desse extremo norte brasileiro, os wãiapi se acham esparsa e taticamente situados nos intermédios das bacias dos rios Jari, Oiapoque e Araguari.

Bons agricultores, coletores e caçadores, advém do tronco linguístico 'tupi-guarani'.

Por sinal, o termo "wãiapi" refere-se aos indígenas, aos poucos indígenas, dessa específica região do país e que falam o 'tupi'.

Na semana passada, a aldeia dos waiãpi no oeste do Amapá, fora invadida por mais de quarenta assassinos travestidos por garimpeiros e ligados, "of course", ao destrutivo agronegócio da mineração.

Na covarde e sorrateira invasão, o cacique Emyra Wãiapi, um destacado líder na defesa e preservação das terras indígenas foi assassinado com várias facadas e seu corpo, devastado pela violência sofrida, fora jogado em um rio.

O cacique Wãiapi regressava, reparem, de uma visita que fazia a sua filha.

O presidente Bolsonaro, velho entusiasta da exploração das terras indígenas para a mineração fez, é claro, vistas grossas, a mais esse atentado aos povos indígenas.

Não por acaso, ao saber do ocorrido, Bolsonaro se encontrava em Goiás, devidamente ciceroneado pelo latifundiário e governador, Ronaldo Caiado (DEM); na ocasião o presidente do 'grande agronegócio', se deliciava com as horrendas canções do igualmente ignóbil Amado Batista.

Simplesmente, seguiu cantante e feliz como se nada, absolutamente nada, tivesse acontecido.