China critica EUA por rotular o país como manipulador de moeda.
O Banco Popular da China lamentou profundamente nesta terça-feira a decisão do Tesouro dos Estados Unidos de rotular o país asiático como "um manipulador de moeda".
Publicado 06/08/2019 20:19

A rotulação da China não atende aos critérios quantitativos definidos pelo próprio Tesouro dos EUA para a definição de "manipulador de moeda", de acordo com um comunicado do banco central chinês.
A medida estadunidense é uma prática unilateral e protecionista arbitrária, que prejudica seriamente as regras internacionais e terá um impacto significativo na economia global e nos mercados financeiros, acrescenta o texto.
O banco central pediu que os Estados Unidos "recuem antes que seja tarde demais" e retornem para um "caminho racional e justo".
Segundo o comunicado, o recente enfraquecimento da moeda é uma reflexão de oferta e procura do mercado, bem como flutuações no mercados globais de câmbio em meio às mudanças da situação econômica global e ao aumento de tensões comerciais.
O banco central vem se comprometendo há muito tempo em manter a taxa de câmbio do yuan basicamente estável em um nível razoável e equilibrado.
A moeda chinesa é a mais forte entre o G20 e é uma das moedas que tiveram valorização substancial globalmente.
Entre o início de 2005 e junho deste ano, a taxa de câmbio nominal do renminbi valorizou 38% e a taxa de câmbio real subiu 47%.
Na consulta anual do Artigo IV com a China, o Fundo Monetário Internacional concluiu que a taxa de câmbio do yuan era amplamente compatível com os fundamentos.
Durante a crise financeira asiática de 1997 e a crise financeira global de 2008, a China se comprometeu a manter sua moeda estável, o que ofereceu um apoio sólido à estabilização do mercado financeiro internacional e à recuperação econômica global.
Apesar das constantes escaladas da disputa comercial pelos Estados Unidos desde o ano passado, a China jamais recorreu à desvalorização competitiva.
"A China não usou e não usará sua moeda como uma ferramenta para lidar com disputas comerciais", garante o comunicado.