Transferência de Lula é criticada até pela Base do Governo
Citando a palavra ‘vingança’, o vice-líder da bancada do PR na Câmara, deputado federal Marcelo Ramos (AM), se referiu ao absoluto limite da lei e da Constituição para manifestar-se sobre o caso
Publicado 07/08/2019 19:46

Citando a palavra ‘vingança’, o vice-líder da bancada do PR na Câmara, deputado federal Marcelo Ramos (AM), se referiu ao absoluto limite da lei e da Constituição para manifestar-se sobre o caso. “Não entro no mérito do julgamento do ex-presidente Lula, mas, na execução da pena, ignorar o direito à progressão de pena e transferir um ex-presidente que, por decisão judicial deveria ser cumprida em Sala de Estado Maior, para o Presídio de Tremembé é uma decisão fora da lei”, escreveu em seu Twitter. “Uma das marcas da evolução civilizatória é a substituição do critério passional de vingança por um critério racional de Justiça. A vingança ignora a lei. A Justiça submete-se a lei”, completou.
Joaquim Passarinho (PSD-PA) afirmou ter recebido com surpresa a medida. “Apesar de nunca ter votado nele, acho que Lula é um ex-chefe de Estado e merecia um outro tratamento”, disse. Para ele, tocar no assunto mais de um ano depois parece “perseguição à toa", comentou. Já Rubens Bueno (Cidadania-PR), alertou sobre os riscos ao país. "Um ato como o praticado contra Lula tem que ser por todos nós condenados, porque agride a democracia".
Líder do PSD, Fábio Trad, também expressou contrariedade à questão. "Não estamos aqui nem pela direita nem pela esquerda, estamos pela Justiça." "Essa decisão é pra fazer justiçamento, é pra humilhar o ex-presidente".
Durante o encontro de emergência, no STF, Toffoli destacou a imensa representatividade da delegação, formada por deputados e líderes de partidos de centro, centro-direita e esquerda, e assegurou que decisão sobre a transferência do ex-presidente Lula será tomada ainda nesta quarta.
Mais reações
A decisão também recebeu críticas da oposição. Para o vice-líder do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry (MA), afirmou tratar-se de um claro “abuso de autoridade” e demonstração de uma “clara perseguição política”. “Ministro Sérgio Moro é o regente dessa absurda decisão da juíza Carolina Lebbos em mais uma perseguição ao ex-presidente Lula. Escalada autoritária inaceitável”, afirmou.
Depois de alegar dificuldades para manter o ex-presidente na carceragem da PF paranaense e a redução das demandas da corporação, a representante do Judiciário também apontou a necessidade de devolver tranquilidade à região para justificar a mudança da prisão onde Lula cumpre pena desde abril de 2018. A decisão não foi determinada data para a transferência.