Deputados analisam política desastrosa de Bolsonaro para meio ambiente

Parlamentares da oposição na Câmara criticaram a política ambiental do governo Jair Bolsonaro, que foi classificada como "desastrosa" e lesiva à preservação da floresta amazônica e à soberania nacional.

Por Walter Félix, do PCdoB na Câmara

Amazônia queimada - Revista Fórum

O líder do PCdoB na Câmara, deputado Daniel Almeida (BA), criticou em Plenário, nesta terça-feira (27), a política ambiental do presidente Jair Bolsonaro, que levou o país a uma crise de repercussão internacional devido ao aumento das queimadas e o desmatamento na Amazônia.

Para o parlamentar, “é impossível negar que grande parte da responsabilidade pela crise ambiental decorre das políticas adotadas pelo governo Bolsonaro”. O líder comunista considerou “desastrosa” a postura do governo frente ao avanço dos ataques ao meio ambiente na Amazônia Legal registrado por órgãos de fiscalização.

“Ao falar da questão ambiental, da Amazônia, a palavra [de Bolsonaro] é de estímulo à destruição. Não fez nenhuma ação que não fosse no sentido de estimular a destruição da Amazônia. Desmontou a área de fiscalização, perseguiu aqueles que levantavam dados objetivos, reais, do mundo científico”, afirmou.

Daniel Almeida avaliou que, frente à sinalização do governo no sentido de abrandar a legislação ambiental, a leitura feita pelos desmatadores só poderia ser de que “estavam liberados para destruir, desmatar, queimar a Amazônia”.

O parlamentar também criticou a narrativa do governo, que tenta justificar o tom agressivo adotado ante as reações internacionais como suposta defesa da soberania.

“A Amazônia jamais será internacionalizada. A Amazônia é dos brasileiros, que saberão cuidar da sua preservação. Essa é uma soberania que o povo brasileiro não abrirá mão e não adianta Bolsonaro tentar fazer esse tipo de bravata agora. Ela não tem credibilidade, não adianta, não cola na realidade”, frisou.

A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), vice-líder da Minoria, também usou a tribuna para cobrar punição exemplar à escalada de crimes ambientais cometidos na região. “O mundo está com os olhos virados para o Brasil”, alertou.

Ela lembrou que houve denúncias de que um grupo de pessoas até organizou uma ação, batizada de “Dia do Fogo”, que provocou o recorde de queimadas em Novo Progresso e Altamira, no Pará, em 10 de agosto.

“O governo Bolsonaro, de maneira absurda, estimulou as queimadas. E é preciso que se investigue o crime ambiental cometido e que se identifique também os responsáveis pelo ‘Dia do Fogo’, divulgado nas redes sociais”, cobrou a parlamentar.

Para a líder da Minoria, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), enquanto Bolsonaro faz esse “discurso falso” de soberania, vai entregando o patrimônio brasileiro. “A responsabilidade pelo que acontece hoje na Amazônia é do presidente da República e do seu governo”, disse.

“Esse presidente não autoridade para falar em soberania. Ele, inclusive, está mudando o discurso. Diz que não tinha jeito, não tinha como resolver o problema por falta de recursos, o que é uma deslavada mentira. Ele está asfixiando os recursos fundamentais deste país, para colocar em prioridades que são suas, que não são as prioridades do povo brasileiro”, afirmou.

A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR) diz que em vez de cuidar da Amazônia, Bolsonaro parte para cima dos direitos das comunidades indígenas.

“Não tem psicose, nem massa de manobra. Fora do normal é essa sua obsessão contra os direitos humanos, as minorias e essa gana por destruir tudo onde passa”, afirmou.

O líder do PDT na Câmara, André Figueiredo (CE) disse que imagem do Brasil está sendo manchada internacionalmente.

“Nosso Brasil está sendo motivo de pena! De pena por termos infelizmente alguém que não está à altura do cargo para o qual foi eleito. Estamos sendo vítima de um governo que se supera em ampliar as desigualdades”.

Figueiredo também afirmou que o PDT corrobora com a tese da saída do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, para que o Brasil volte a ter respeito em suas políticas ambientais.

“Bolsonaro governa como se estivesse numa grande brincadeira: fala sem medir os impactos e acredita que, retirando o que disse, as consequências deixam de existir. A irresponsabilidade presidencial de hoje custou mais um dia de queimadas na Amazônia”, criticou o líder da Oposição, Alessandro Molon (PSBN-RJ).