Jandira Feghali rebate governista sobre legalidade da CPI da Vaza Jato

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), líder da Minoria na Câmara, rebateu questão de ordem da líder do governo no Congresso, Joice Hasselman (PSL-SP), contra a criação da CPI da Vaza Jato. A comissão foi proposta para apurar condutas ilegais do ex-juiz Sergio Moro e procuradores da Lava Jato reveladas nos vazamentos de diálogos entre eles pelo The Intercept Brasil.

(Foto: Luis Macedo/Agência Câmara)

A líder oposicionista refutou uma fala de Hasselman em plenário, na qual ela alegou que deputados foram “ludibriados” no convencimento para colocar suas assinaturas no requerimento que pede a investigação. “Eu lamento que a inteligência dos parlamentares seja subestimada aqui. Não há qualquer ilegalidade na coleta de assinaturas, nem indução. Isso é uma ofensa aos parlamentares”, afirmou Jandira.

“Até compreendo as pressões do governo, as ameaças que alguns parlamentares podem estar sofrendo. Me surpreende que uma CPI que vem sendo coletada há dois meses as assinaturas a liderança do governo não tenha tido conhecimento e que parlamentares se sintam ludibriados”, completou.

Depois que o prazo regimental foi esgotado, vários deputados solicitaram a retirada das suas assinaturas do requerimento.

A deputada comunista lembrou que há um período regimental entre o protocolo e a publicação do documento e, nesse intervalo, nenhum parlamentar se manifestou.

“O que esperamos da presidência da Casa é a instalação da CPI. É o momento do direito de defesa e do contraditório. Se não tem nada a temer, não há o que se preocupar”, disse.

Instalação

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que vai avaliar com calma o pedido de instalação da CPI.

“Tenho que avaliar se há fato determinado ou não, se tiver fato determinado, eu vou instalar, se não tiver, não. Esse é um tema muito sensível, da mesma forma que a CPI do Judiciário, que pode ser instalada no Senado”, ponderou Maia.