Ato na Câmara dos Deputados defende Educação, C&T e Soberania

O Ato em Defesa da Educação Pública, da Ciência, da Tecnologia e da Soberania Nacional reuniu quarta-feira (2) dezenas de entidades ligadas ao setor, movimentos sociais, parlamentares de vários partidos, intelectuais e representantes de partidos políticos.

Por Walter Félix, do PCdoB na Câmara

Ato da educação - Richard Silva/PCdoB na Câmara

A manifestação, que lotou o auditório Nereu Ramos, da Câmara dos Deputados, foi uma resposta aos cortes de verbas, à tentativa de privatização do ensino público e à censura nas escolas.

Comandada pelo Fórum Nacional Popular de Educação (FNPE), a mobilização fez parte da programação da Greve Nacional da Educação convocada por organizações estudantis e sindicais nos dias 2 e 3 de outubro.

Também participaram do evento os governadores do Piauí, Wellington Dias, do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, ambos do PT, o ex-ministro da Educação no governo Dilma Rousseff, Aloizio Mercadante, além da viúva do educador Paulo Freire, Ana Maria Araújo Freire.

A líder da Minoria, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), destacou a importância da participação maciça nas manifestações pela educação, a defesa da Petrobras e a soberania nacional.

“Não há como a gente avançar sem a organização da sociedade, que deve ser a mais ampla possível e ter como base a nossa unidade. Por isso, precisamos estar nas ruas o tempo inteiro”, disse.

O movimento nacional em defesa da Educação está sendo marcado por atividades em escolas e universidades, além de aulas e manifestações públicas em todo o país.

Segundo a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), é preciso reforçar a união de toda a comunidade educacional para derrotar os cortes de verbas impostos por Bolsonaro e restaurar as dotações orçamentárias destinadas à educação e à pesquisa científica.

“Precisamos nos unir e buscar uma ação coordenada de todos que fazem a luta cotidiana em defesa da Educação. É mantendo esta chama acesa que vamos derrotar o ‘Future-se’ e os inimigos do progresso que estão neste governo”, afirmou.

As manifestações da Greve Nacional da Educação enfatizam a importância de combater o desmonte da educação pública, da ciência e da tecnologia. Ao lado de outros setores, o ensino e a pesquisa estão entre os principais alvos dos ataques e da política de retrocessos do governo Jair Bolsonaro (PSL).

Para o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), o Ato em Defesa da Educação e da Soberania foi uma expressão simbólica de como essa é uma luta de todo o país. “A defesa da Educação e da Ciência se tornou uma bandeira que une o Brasil”, assinalou.

Fundeb

O ex-ministro Aloizio Mercadante alertou para a necessidade dos parlamentares se mobilizarem pela aprovação da emenda constitucional do novo Fundeb. Segundo ele, há o perigo iminente do fundo ser extinto.

A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, tem o mesmo entendimento. “Nós precisamos que o Congresso Nacional aprove até o final deste ano a proposta de emenda constitucional do novo Fundeb, uma política fundamental de financiamento do direito à educação das nossas crianças, jovens e adultos”, disse ela.

Sobre o evento, a governadora disse que tem um compromisso com a educação. “Meu lugar é aqui! Mais do que nunca, nesse momento que o país vive, onde a gente tem um ministro que tem mostrado tanta insensibilidade para os problemas da educação, estamos aqui assumindo o compromisso e conclamando a sociedade”, afirmou.