Tereza Romero: “Argentinos darão uma surra de votos no neoliberalismo”

“Vamos às urnas contra Macri pensando nos milhões de argentinos que dormem sem ter o que comer, nas crianças que passaram a se alimentar com as sobras nos cestos de lixo, nos jovens que foram condenados a servir por pouco mais que nada enquanto os filhos da oligarquia são preparados nas melhores escolas para ser seus governantes, nos aposentados sem remédios nem médicos, nos aumentos de mais de 1.000% nas tarifas de água e luz. Hoje daremos uma linda surra de votos no neoliberalismo. Basta!”.

Maria Tereza

Por Leonardo Wexell Severo*, direto de Buenos Aires

Mais do que uma afirmação, a convicção de Maria Tereza Romero, da Secretaria de Formação da Associação dos Trabalhadores do Estado (ATE) – entidade com mais de 260 mil filiados -, é que estamos diante de “um momento histórico, plebiscitário, entre sim ou não, avanço ou retrocesso”.

Dirigente de uma entidade nacional que vem tendo um papel chave nas massivas mobilizações em defesa dos empregos, salários e direitos – e que organizou sua base para ir às urnas e dar a estocada final nos privatistas e entreguistas -, Romero avalia que “chegou a hora de virar a página”.

O fato, explicou a liderança, “é que em quatro anos há 15 milhões de pobres, uma tragédia que não pode mais ser suportada”. Está óbvio, apontou, que “de forma irresponsável e desumana, Macri fez com que as políticas públicas fossem desaparecendo. Políticas não só dos Kirchner, mas todas as que se propunham a defender o trabalhador de uma forma geral”.

O prejuízo aos aposentados, assinalou Romero, “é evidente, não só porque foram reduzidos enormemente os valores pagos, como os serviços de atenção médica prestados”. “E todo esse retrocesso para quê? Para nos endividarmos com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e ninguém ver aonde foi parar o dinheiro”, pontuou.

“Apesar de toda a campanha da grande mídia para mascarar a realidade”, destacou Romero, “é preciso deixar claro que a receita política e econômica neoliberal é uma só: entregar o poder para o capital estrangeiro, particularmente o norte-americano, mas isso só fazem se nós permitirmos”.

“Daí a importância das mobilizações, como estão fazendo os povos chileno e equatoriano, daí o significado de uma vitória eleitoral expressiva como a que teve o povo boliviano, reelegendo o presidente Evo Morales, daí a relevância da resistência heroica do povo cubano contra um bloqueio de 60 anos e a denúncia das sanções à Venezuela”, ressaltou.

Para Maria Tereza Romero, nesta conjuntura extremamente polarizada, “ganha papel de destaque a vitória do povo argentino”. “Alberto Fernandez e Cristina Kirchner representam melhores e mais fortes ventos de esperança para a construção da nossa Pátria Grande”, concluiu.